Defesa Civil de Gaza estima que 10 mil cadáveres estão sob escombros

1 de Maio 2024

As equipas da Defesa Civil da Faixa de Gaza estimam que mais de 10.000 cadáveres de palestinianos estão sob os escombros de edifícios destruídos por Israel na ofensiva militar lançada contra o movimento islamita Hamas no enclave. 

“Estimamos em mais de dez mil o número de desaparecidos que ainda se encontram sob os escombros de centenas de edifícios destruídos desde o início da agressão”, declarou a Defesa Civil, acrescentando que “as equipas especializadas não conseguiram recuperar os corpos”.

A Defesa Civil palestiniana, controlada pelo Hamas, explicou que este número “não está incluído nas estatísticas dos ‘mártires’ publicados pelo Ministério da Saúde de Gaza”.

“Assim, o número de ‘mártires’ ultrapassa os 44 mil”, argumentou o organismo.

“Continuamos a cumprir o nosso dever humanitário face à agressão contínua e às graves carências, especialmente em termos de equipamento, veículos e maquinaria necessários para procurar os desaparecidos sob os escombros de casas e edifícios”, sublinhou a Defesa Civil, segundo o diário palestiniano Filastin, ligado ao Hamas.

Os mesmos responsáveis referem ainda que as equipas estão à “procura” de pessoas desaparecidas no norte de Gaza com a ajuda de cidadãos do enclave e de “voluntários”, utilizando “as próprias mãos”.

“Foi possível recuperar vários corpos de ‘mártires’ que estavam completamente decompostos”, disse a Defesa Civil da Faixa de Gaza.

“Na ausência de maquinaria pesada, os esforços (…) são insuficientes e não satisfazem as necessidades mínimas para recuperar os cadáveres”, sublinham as mesmas fontes, acrescentando que trata de uma missão que pode prolongar-se durante “dois ou três anos”.

As autoridades civis ligadas ao Hamas alertam igualmente que a acumulação de milhares de corpos debaixo dos edifícios “começou a provocar a propagação de doenças e epidemias, sobretudo com a proximidade do verão e do aumento das temperaturas, que acelera o processo de decomposição dos cadáveres”.

“Renovamos o apelo a todas as partes no sentido de se autorizar a entrada do equipamento pesado necessário às nossas equipas para salvar as vidas dos feridos dos bombardeamentos israelitas contra o nosso povo em Gaza e para recuperar os corpos dos ‘mártires’”, reiterou a Defesa Civil.

Horas antes, o ministério da Saúde de Gaza tinha estimado em mais de 34.500 o número de mortos e de 77.770 os feridos da ofensiva israelita.

LUSA/HN

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