Cientistas descobrem planeta gigante com a densidade do algodão doce

14 de Maio 2024

Uma equipa internacional de astrofísicos descobriu um planeta gigante com uma densidade extremamente baixa, orbitando uma estrela distante semelhante ao Sol, anunciou noticiou a universidade belga de Liége.

Designado WASP-193b, o novo planeta está localizado a 1200 anos-luz da Terra e é 50% maior que Júpiter, mas tem sete vezes menos massa, o que lhe confere uma densidade “comparável à do algodão doce”.

“O WASP-193b é o segundo planeta menos denso descoberto até agora, depois do Kepler-51d, que é muito menor”, explica Khalid Barkaoui, investigador no Laboratório ExoTIC, da Universidade de Liège (Bélgica) e primeiro autor do artigo publicado na revista Nature, citado num comunicado da universidade.

“A sua densidade muito baixa torna-o uma verdadeira anomalia entre os mais de cinco mil exoplanetas [fora do sistema solar] descobertos até à data”, refere o cientista, que liderou uma equipa que integrou também investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), nos Estados Unidos e o Instituto de Astrofísica da Andalusia, em Espanha.

O novo planeta foi inicialmente descoberto pela Wide Angle Search for Planets (WASP), uma organização académica internacional que utiliza dois observatórios robóticos, um no hemisfério norte e outro no hemisfério sul, para procurar planetas extrassolares.

O observatório WASP-Sul detetou o que designou de WASP-193, tendo a referida equipa recorrido aos observatórios TRAPPIST-South e SPECULOOS-South.

As medições feitas pelos observatórios revelaram que a massa e tamanho do planeta eram cerca de 0,14 e 1,5 dos de Júpiter, respetivamente.

A densidade resultante foi de aproximadamente 0,059 gramas por centímetro cúbico, sendo o algodão doce, com uma densidade de cerca de 0,05 gramas por centímetro cúbico, um dos materiais mais próximos em densidade do novo planeta, segundo a Europa Press.

“O planeta é tão leve que é difícil pensar num material análogo em estado sólido”, diz Julien de Wit, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Estados Unidos) e coautor do estudo.

“A razão pela qual parece algodão doce é porque ambos são praticamente ar”, adianta.

Os investigadores admitem como provável que o novo planeta seja constituído principalmente por hidrogénio e hélio, como a maioria dos outros gigantes gasosos da galáxia.

LUSA/HN

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