Ministério da Saúde está a avaliar a construção do novo hospital do Oeste

20 de Maio 2024

O Ministério da Saúde esclareceu hoje à agência Lusa que está a avaliar o processo de construção do novo hospital do Oeste que herdou do anterior governo para tomar uma decisão, mas quer dar-lhe “toda a prioridade”.

“O Ministério está a avaliar o processo do novo hospital do Oeste e todas as peças processuais que lhe foram transmitidas do anterior governo”, referiu a tutela em resposta à agência Lusa.

O Ministério da Saúde assegurou que “o Governo encara este projeto como muito relevante para toda a região e irá dar-lhe toda a prioridade que ele merece”.

Na quinta-feira, todos os grupos parlamentares reclamaram a urgência da construção do novo hospital na região e questionaram o governo se mantém ou não as decisões do anterior, com PAN, BE e PS a irem mais longe ao defenderem que não deverá recuar e que deve dar seguimento ao que já foi efetuado.

Nessa sessão, projetos de resolução do PAN e do BE a recomendar que o Governo mantenha as anteriores decisões e avance com um plano de reestruturação para os atuais hospitais foram aprovados na generalidade e baixaram à comissão de saúde para serem apreciados na especialidade.

Um outro projeto de resolução do PCP a pedir a construção do novo hospital foi também aprovado.

O parlamento apreciou ainda duas petições, uma a defender a localização nas Caldas da Rainha e outra a exigir que seja reconhecida a validade do processo em curso.

A construção do novo hospital do Oeste é um dos equipamentos em fase de projeto na área da saúde que consta da ‘Pasta de Transição’ entregue pelo governo liderado por António Costa ao atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, o perfil assistencial e a localização foram aprovados em junho de 2023, “estando em estudo o modelo de financiamento”, que foi entregue à consultora PricewaterhouseCoopers (PWC) em fevereiro deste ano.

O perfil assistencial aponta para um hospital com 467 camas, das quais 381 são para internamento geral, 74 gabinetes de consulta externa, 17 postos de diálise crónica, hospital de dia polivalente e as especialidades de pediatria, oncologia e saúde mental.

Está previsto um bloco operatório com 10 salas, das quais quatro vocacionadas para ambulatório e três para urgências e maternidade com nove quartos de partos e neonatologia com nove berços e seis incubadoras.

O novo hospital vai ter 16 especialidades médicas, das quais três não existem nos atuais hospitais da Unidade Local de Saúde (ULS) do Oeste – endocrinologia, nefrologia e reumatologia.

No que respeita a especialidades cirúrgicas, mantém as seis já existentes.

As quatro especialidades de Diagnóstico e Terapêutica já existentes deverão aumentar para cinco, com a inclusão de Anatomia Patológica.

O documento sugere ainda a criação de um centro tecnológico e biomédico de apoio ao ambulatório e ao internamento, com laboratórios de Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Imuno-hemoterapia e Imagiologia.

Segundo o documento, o novo hospital deverá cingir a área de influência a Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã e parte de Mafra, excluindo as freguesias dos concelhos de Alcobaça e Mafra, atualmente servidas, e o concelho da Nazaré.

O documento serviu de base à decisão de construir o futuro hospital no Bombarral, num terreno de 54 hectares, considerando a sua centralidade em relação aos concelhos que irá servir e a dimensão do terreno que permite a expansão da nova unidade, se tal vier a ser necessário no futuro.

A escolha do Bombarral foi sustentada em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída 11 da Autoestrada 8 (que atravessa todo o Oeste) e à estação do caminho-de-ferro.

O novo hospital deverá substituir as atuais unidades de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche da Unidade Local de Saúde do Oeste, que servem 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos para as empresas. Com mais de 25 anos de experiência em gestão de negócios, vendas e liderança de equipas no setor dos dispositivos médicos, reforça agora a equipa da ERA Group em Portugal, trazendo a sua abordagem estratégica, motivação e paixão pelo setor da saúde. 

Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte lança “Ritmo Anárquico”, programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular

A Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte vai lançar a campanha “Ritmo Anárquico”, um programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular na região norte do País. A iniciativa vai arrancar na sede da Fundação Portuguesa de Cardiologia, no Porto, no dia 4 de abril, com rastreios a decorrer entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00.

Fórum da Saúde Respiratória debate a estratégia para a DPOC em Portugal

Com o objetivo de colocar as doenças respiratórias como uma prioridade nas políticas públicas de saúde em Portugal, terá lugar no próximo dia 9 de abril, das 9h às 13h, no edifício Impresa, em Paço de Arcos, o Fórum Saúde Respiratória 2025: “Doenças Respiratórias em Portugal: A Urgência de Uma Resposta Integrada e Sustentável”.

Gilead, APAH, Exigo e Vision for Value lançam 4ª Edição do Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem anuncia o início da sua 4ª edição, reforçando o compromisso com a promoção da cultura de Value-Based Healthcare (VBHC) em Portugal. Esta edição conta com um novo parceiro, a Vision for Value, uma empresa dedicada à implementação de projetos de VBHC, que se junta à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), EXIGO, Gilead Sciences, e ao parceiro tecnológico MEO Empresas.​

Medicamento para o tratamento da obesidade e único recomendado para a redução do risco de acontecimentos cardiovasculares adversos graves já está disponível em Portugal

O Wegovy® (semaglutido 2,4 mg), medicamento para o tratamento da obesidade, poderá ser prescrito a partir do dia 1 de abril de 2025 em Portugal, dia em que a Novo Nordisk iniciará a sua comercialização e abastecimento aos armazenistas. O Wegovy® estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights