Governo açoriano quer abrir ala nascente do hospital de Ponta Delgada até meados do mês

3 de Julho 2024

O Governo dos Açores espera abrir a ala nascente do hospital de Ponta Delgada até “meados deste mês”, adiantou hoje a secretária da Saúde, que justificou o atraso na reabertura com as análises da qualidade da água.

“Já tinha sido dito pelo senhor presidente do governo que até ao final do junho iria ser reaberta a ala nascente do hospital, é uma intenção que se mantém. [Mas,] o mês de junho acabou, estamos a aguardar análises microbiológicas da qualidade da água”, afirmou Mónica Seidi aos jornalistas.

A secretária da Saúde e Segurança Social, que falava após uma reunião com a Ordem dos Enfermeiros em Ponta Delgada, realçou que a reabertura daquela parte do hospital, que sofreu um incêndio em 04 de maio, vai permitir um aumento “bastante significativo” de 200 camas.

“A nossa preocupação será sempre a segurança. Não iremos dar passos em falso. Enquanto não tivermos os resultados dos testes que aguardamos para reabrir com segurança a ala nascente, não o faremos. E expectável que até meados deste mês a situação seja ultrapassada”, reforçou.

Assim que reabrir, os primeiros doentes a serem transferidos para a ala nascente do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) vão ser os que estão atualmente no pavilhão desportivo Carlos Silveira.

Mónica Seidi garantiu que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) tem vindo a “desenvolver estratégias” com a administração do HDES e a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel para dar resposta ao aumento da população da ilha durante o verão.

Segundo a governante, os festivais de verão da maior ilha dos Açores estão a ser classificados de acordo com o risco para avaliar a necessidade de instalar postos médicos avançados.

A secretária regional da Saúde revelou ainda que entre 17 e 30 de junho o Serviço de Apoio de Urgência de Ponta Delgada realizou 600 atendimentos.

“É claro que estamos apreensivos pelo aumento significativo de pessoas, não só em São Miguel, como em toda a região, uma vez que tínhamos um hospital fim de linha que recebia doentes de toda a região. Agora essa realidade já não acontece. Temos de desenvolver mecanismos para fazer face às exigências”, realçou.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, alertou, por outro lado, que existem profissionais “exaustos e esgotados”, defendendo a melhoria das condições de trabalho dos enfermeiros.

Luís Filipe Barreira, ressalvou, contudo, que a construção de um hospital modular, já anunciado pelo Governo Regional, vai ser uma “solução muito eficaz” para melhorar a situação de trabalho dos enfermeiros e satisfazer as “necessidades da população”.

“Brevemente a região terá uma opção, um hospital modular, que poderá agregar melhores condições de trabalho, quer para os enfermeiros, quer para satisfazer os cuidados de saúde à população”, salientou.

O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

Em 18 de junho, o Governo dos Açores anunciou a intenção de ter o hospital modular a funcionar no mês de agosto.

LUSA/HN

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