Este pedido de audição urgente com a ministra Ana Paula Martins foi dirigido pelo Grupo Parlamentar do PCP à presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, a deputada socialista Ana Abrunhosa.
“A sucessão de acontecimentos que têm vindo a público nos últimos dias constitui motivo de preocupação e exige esclarecimentos do Governo. Revela também a ausência de intervenção do Governo para resolver os problemas com que o INEM se confronta”, lê-se no requerimento da bancada comunista.
Esta semana, o Ministério da Saúde nomeou o médico Sérgio Dias Janeiro para a presidência do INEM, depois de o anterior nomeado, Vitor Almeida, ter voltado atrás na decisão de aceitar o cargo. Vítor Almeida tinha sido nomeado no passado dia 04 para a presidência do INEM, depois de Luís Meira se ter demitido do cargo na sequência de uma polémica com o concurso dos helicópteros de emergência médica.
Para o PCP, “há muito que o INEM não dispõe dos meios adequados para assegurar a emergência pré-hospitalar e o socorro às populações”, sendo esta situação “resultado das opções da política de direita, de sucessivos Governos, de desinvestimento na área da saúde”.
“Faltam técnicos de emergência pré-hospitalar, enfermeiros, médicos. É preciso reforçar o número de trabalhadores, tal como é necessário reforçar os meios. Quanto aos meios aéreos, todos os problemas que são do conhecimento público sobre os helicópteros poderiam ter sido evitados se o Estado dispusesse dos seus próprios meios”, defende o PCP.
Ainda segundo a bancada do PCP, “a desvalorização das carreiras e dos salários e os elevados ritmos de trabalho têm gerado um enorme descontentamento junto dos técnicos de emergência pré-hospitalar”.
“Não se tem conseguido fixar técnicos de emergência pré-hospitalar no INEM e muitos têm saído antecipadamente”, aponta-se ainda no mesmo requerimento.
Perante este quadro, o PCP considera que para assegurar a emergência pré-hospitalar às populações é essencial o reforço dos meios do INEM, a valorização das carreiras e dos salários dos seus trabalhadores.
“O Governo não se pode demitir das suas responsabilidades. Tem de intervir e de tomar as medidas para garantir as condições de trabalho e de resposta do INEM às necessidades das populações”, acrescenta-se no texto em que se pede a audição da ministra da Saúde.
Além deste pedido do PCP, o Chega e a Iniciativa Liberal requereram na sexta-feira a audição parlamentar do anterior presidente do INEM, Vítor Almeida. O líder do Chega, André Ventura, admitiu mesmo avançar a partir de setembro com uma comissão parlamentar de inquérito sobre a situação no INEM, caso até lá não sejam totalmente esclarecidas as relações desta entidade com as empresas fornecedoras de meios aéreos.
LUSA/HN
0 Comments