Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala no sábado, Cristina Jorge considerou que a data é importante também para “reconhecer o trabalho e o mérito” de todos os que participam no processo.
“Tenho que ser otimista”, disse, adiantando que os resultados ao nível da transplantação que “são de louvar” se devem “com certeza ao esforço de todos os intervenientes”, incluindo as forças de segurança e quem se encarrega do transporte dos órgãos ou de tratar das condições logísticas.
De acordo os últimos dados da SPT, em 2023, Portugal foi o 3º país a nível mundial em termos de colheitas de órgãos de dador falecido por milhão de habitante e os números da transplantação de órgãos deste tipo de dador atingiram os valores mais elevados de sempre.
Registou-se um crescimento global de 15% de órgãos transplantados em relação ao ano de 2022, que inclui 547 rins, 249 fígados, 87 pulmões, 52 corações e 28 pâncreas.
“Conseguimos muito com muito pouco” devido ao “muito esforço e muita organização”, disse Cristina Jorge, adiantando que “é um desafio trabalhar com os constrangimentos (existentes) no Serviço Nacional de Saúde”.
Chamou a atenção para as equipas que “estão a trabalhar imensamente”, dando “tudo de si” e também para as “condições adversas do ponto de vista até dos equipamentos e das instalações”.
Segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), em 2023 “foram colhidos 1.066 órgãos, mais 172 que em 2022, foram transplantados 963 órgãos, mais 128 que em 2022”.
“Celebrar a Vida: Transplante, Desporto e Inovação para um futuro saudável” é o tema da conferência que decorre na sexta-feira para assinalar aquele dia, com o objetivo de “sensibilizar para a importância dos hábitos de vida saudáveis”, como fazer exercício físico, ter uma alimentação saudável, controlar o ‘stress’ e dormir bem, “para o sucesso do transplante, recuperação e a qualidade de vida dos transplantados”.
Organizada pela SPT e pelo IPST, a reunião conta com a intervenção de profissionais de saúde, dadores e recetores de órgãos, representantes de associações de doentes e elementos da Força Aérea portuguesa, incluindo a mesa-redonda “Inteligência artificial na transplantação, o futuro da saúde”.
A presidente da SPT considerou igualmente que a inteligência artificial (AI na sigla em inglês) “abre grandes oportunidades” à transplantação, por exemplo a nível da avaliação dos órgãos a transplantar ou da compatibilidade entre dador e recetor, bem como dos cuidados ao transplantado.
A convite da SPT e o IPST, também estará presente na conferência o Grupo Desportivo dos Transplantados de Portugal, a propósito dos Jogos Europeus dos Transplantados (European Tansplant Sports Championships 2024), que se realizam em Lisboa a partir de domingo e até dia 28.
LUSA/HN
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