Num momento crítico, em que se prevê o encerramento de 10 urgências de Obstetrícia/Ginecologia e Pediatria, Joana Bordalo e Sá sublinhou que a FNAM avisou e antecipou que “era inevitável o que está a acontecer agora”, “Isto só tem um responsável, chama-se Ministério da Saúde. (A ministra) Ana Paula Martins não teve vontade política para reverter esta situação e isto acontece devido à falta de médicos”, acusou.
A falta de médicos para cobrir as escalas de urgência foi citada como uma das principais razões para esta situação alarmante.
A líder sindical também destacou o problema nas urgências de Pediatria, que têm recebido menos atenção, mas enfrentam igualmente uma crise, “que não têm sido muito faladas” e que “também são um drama”.
Joana Bordalo e Sá destacou casos específicos, como o do Hospital de Santo André em Leiria, que terá a urgência ginecológica/obstétrica fechada até o dia 19, forçando grávidas a viajar longas distâncias para receber atendimento. Sublinhou a necessidade urgente de um SNS forte, com um ministério que saiba negociar e valorizar os médicos, mas “exige também um Ministério da Saúde, uma ministra da Saúde com competência para a sua função, ou seja, um ministro ou uma ministra que consiga de facto servir o SNS, porque isso não está a acontecer”.
“O Ministério da Saúde tem um problema nas mãos para o qual a FNAM alertou, antecipou, avisou e tinha as soluções para o resolver, mas a tutela não quis negociar com os médicos para ter mais profissionais neste momento no SNS”, disse.
“Se as coisas tivessem sido feitas logo a tempo e horas quando tomaram posse, se tivéssemos um processo negocial em curso, capaz de devolver e fixar médicos ao SNS, se calhar a situação não seria tão dramática e não havia tantos profissionais a deixarem o SNS”, afirmou Joana Bordalo e Sá, insistindo que é necessário ter neste momento “pessoas com competência para o cargo e para a função”.
“Se acontecer alguma coisa grave a um bebé, grávida ou uma criança só há um responsável e isto tem de ser invertido. Isto tem que ser uma prioridade para o próprio Governo”, declarou.
A dirigente sindical lamentou a “atitude de intransigência, inflexibilidade em relação aos médicos” e assegurou que a Fnam vai continuar a defender os 31.000 médicos do SNS, dos quais 10.000 são internos, e “têm que ser protegidos”.
“A escolha de não negociar com os médicos foi deste ministério de Ana Paula Martins. Isto é muito urgente resolver”, vincou.
Segundo a presidente da FNAM, grande parte dos médicos já ultrapassou as 150 horas extraordinárias obrigatórias por lei e as 250 para os profissionais que estão no regime de dedicação plena.
Apontou ainda, que muitos profissionais já ultrapassaram o limite de horas extraordinárias estabelecido por lei, e a falta de diálogo tem contribuído para a saída de médicos do SNS.
com LUSA/HN/AL
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