No primeiro dia de uma trégua localizada na Faixa de Gaza, mais de 72 mil crianças palestinianas foram vacinadas contra a poliomielite, segundo as autoridades locais. O vírus, erradicado do território há 25 anos, foi descoberto em meados de agosto num bebé de 10 meses, desencadeando esforços de agências humanitárias para evitar uma epidemia no território palestiniano, fustigado há 10 meses pelos ataques do Exército israelita.
O Ministério da Saúde de Gaza registou 72.611 crianças vacinadas no primeiro dia de trégua. O território recebeu 1,26 milhões de doses de vacina oral, bem como equipamento para assegurar a cadeia de frio, com o objetivo de imunizar 640.000 crianças com menos de 10 anos e atingir uma cobertura de 90% para travar o atual surto de poliomielite.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas contra Israel no dia 07 de outubro de 2023, resultando na morte de 1.205 pessoas do lado israelita, maioritariamente civis. Israel aceitou que a ONU conduza a campanha de vacinação em três fases, abrangendo o centro, sul e norte da Faixa de Gaza.
Nos campos de tendas, onde a quase totalidade dos 2,4 milhões de habitantes foi deslocada pela guerra, equipas móveis administram duas gotas a cada criança, marcando uma das suas unhas com caneta preta para certificar a vacinação. Daqui a quatro semanas, será necessária uma segunda dose para interromper a propagação do vírus, segundo a ONU.
As pausas humanitárias terão uma duração de oito horas por dia, envolvendo 2.180 profissionais de saúde e agentes comunitários formados, para os quais a Organização Mundial de Saúde pediu segurança total.
NR/HN/Lusa
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