“Com uma linguagem ameaçadora (…) informaram-nos de forma oficial que temos de evacuar o hospital em 24 horas de todos os feridos e doentes e todo o pessoal médico”, disse Husam Abu Safieh, a vários meios, antes de precisar que lhe exigiram que o edifício esteja totalmente vazio na quarta-feira.
O diretor do centro médico também assegurou que os hospitais Al Awda e o Indonésio tinham recebido as mesmas ameaças e detalhou que já tinham retirado cinco recém-nascidos que estavam em incubadoras.
Para Abu Safieh, esta medida é “mais um passo” do “plano” do exército israelita para forçar a saída dos habitantes do norte da Faixa de Gaza.
Em comunicado, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza assegurou que “a ocupação [pelo Exército israelita] exige que os hospitais Kamal Adwan, Indonesia e Al Awda sejam evacuados de pacientes e pessoal sanitário, caso contrário, terão a mesma sorte do hospital Al Shifa, com destruição, assassínios e detenções”.
O hospital Al Shifa, o maior que a Faixa de Gaza tinha, foi atacado e cercado pelo exército israelita em abril durou duas semanas, após as quais ficou fora de serviço.
Segundo a nota ministerial, os militares abriram fogo contra a administração do centro hospitalar.
Por seu lado, Mohammed Salha, diretor do hospital Al Awda, disse à Efe que vai manter o hospital em serviço o tempo que for possível.
“Querem cercar o hospital, [mas] vou procurar que funcione o tempo que for possível. Vou aumentar os departamentos, porque não há camas suficientes. Permaneceremos para oferecer serviços aos nossos pacientes”, disse Salha.
Na segunda-feira, o porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, ordenou a evacuação de todos os habitantes das localidades de Beit Hanoun, Jabalia e Beit Lahia, no noirte da Faixa de Gaza.
“As forças do exército estão a operar com grande força na área. Para sua segurança, deve sair dessas áreas imediatamente para a nova humanitária em Al Mawasi”, disse Adraee.
Já no domingo, o exército anunciou que esta nova incursão em Jabalia visa evitar a presença de milicianos, bem como a sua capacidade de se reagruparem.
Porém, a população local descreve uma situação de pânico, com “famílias presas nos acampamentos” devido ao cerco militar, a ataques aéreos e à separação “permanente” entre a cidade e os acampamentos homónimos.
NR/HN/Lusa
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