A Universidade de Coimbra (UC) dá um passo significativo na luta contra a doença de Parkinson com o desenvolvimento de biossensores inovadores. Esta conquista faz parte do projeto OLIGOFIT, uma iniciativa internacional liderada pela Universidade de Oxford, que visa melhorar a deteção precoce e o tratamento de doenças neurodegenerativas.
A doença de Parkinson, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é tradicionalmente diagnosticada através de sintomas como tremores e rigidez de movimento, indicadores de um estado já avançado da doença. O novo método desenvolvido pela equipa da UC foca-se na deteção de marcadores proteicos, especificamente a proteína alfa-sinucleína, cuja agregação está intimamente ligada ao desenvolvimento da doença.
A professora Goreti Sales, do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e investigadora do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE), explica que os biossensores desenvolvidos são capazes de diferenciar várias estruturas da alfa-sinucleína. Esta capacidade é crucial, pois existe uma relação direta entre as manifestações clínicas da doença e as estruturas agregadas desta proteína.
Uma das características mais promissoras destes biossensores é o seu potencial para monitorizar a evolução da doença e a eficácia dos tratamentos. A professora Sales destaca que, no futuro, estes dispositivos poderão avaliar o efeito de medicamentos na formação de agregados proteicos, mesmo antes de o paciente sentir os efeitos do tratamento.
O projeto OLIGOFIT, que contou com a participação de investigadores de várias universidades europeias, representa um avanço significativo na compreensão e no combate à doença de Parkinson. A abordagem multidisciplinar do projeto permitiu analisar diferentes formas da proteína alfa-sinucleína, investigando a sua relevância para a doença e estudando meios de capturar os agregados indesejados.
Esta investigação não só contribui para o desenvolvimento de métodos de deteção precoce mais eficazes, mas também abre caminho para tratamentos mais personalizados. A capacidade de monitorizar a evolução da doença a nível molecular pode levar a intervenções mais precisas e eficientes, potencialmente melhorando a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson.
PR/HN/MMM
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