legenda da imagem: A equipa liderada por Johannes Karges desenvolveu um composto que combate células cancerígenas sem a presença de oxigénio. © RUB, Marquard. A imagem só pode ser utilizada no contexto do comunicado de imprensa “Novo Agente Anticancerígeno Funciona Sem Oxigénio” publicado pela RUB a 31 de outubro de 2024
Uma equipa internacional de investigadores da Universidade do Ruhr em Bochum, Alemanha, desenvolveu um mecanismo revolucionário no combate ao cancro que não necessita de oxigénio para ser eficaz, uma descoberta que poderá transformar o tratamento de tumores resistentes às terapias convencionais.
A investigação, publicada na revista Nature Communications a 31 de outubro de 2024, apresenta uma solução para um dos principais desafios no tratamento do cancro: as zonas tumorais com défice de oxigénio. Esta característica, comum em tumores de crescimento rápido, tem sido um obstáculo significativo para os tratamentos tradicionais, que necessitam de oxigénio para serem eficazes.
O novo mecanismo, desenvolvido pela equipa liderada pelo Dr. 03Johannes Karges da Faculdade de Química e Bioquímica, utiliza nanocatalisadores poliméricos baseados no elemento ruténio. Estes compostos têm a capacidade única de oxidar e desativar a glutationa, uma molécula essencial para a sobrevivência das células cancerígenas que as protege de diversos fatores nocivos.
Uma das características mais promissoras desta descoberta é a seletividade do tratamento. Embora todas as células do corpo necessitem de glutationa, os nanocatalisadores são encapsulados em partículas poliméricas que se acumulam especificamente no tecido tumoral, minimizando assim os efeitos nos tecidos saudáveis.
Os resultados preliminares são particularmente encorajadores, com experiências bem-sucedidas tanto em células cancerígenas isoladas como em ratinhos com tumores humanos considerados incuráveis. Esta abordagem inovadora pode representar uma solução para os casos em que os tumores diminuem inicialmente com as terapias convencionais, mas não desaparecem completamente devido às zonas pobres em oxigénio, frequentemente localizadas no centro do tumor.
No entanto, os investigadores sublinham que, apesar dos resultados promissores, ainda há um longo caminho a percorrer antes que este tratamento possa ser utilizado em seres humanos. São necessários mais estudos para confirmar a eficácia e segurança do método, bem como para compreender completamente os seus mecanismos de ação no organismo humano.
NR/HN/Alphagalileo
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