Numa intervenção realizada hoje no Auditório João Lobo Antunes da Faculdade de Medicina de Lisboa, Patrícia Barbosa, atual Presidente do Conselho de Administração da Fundação para a Saúde, apresentou o mais recente relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde. Este evento marcou um momento significativo na contínua missão da Fundação de promover o desenvolvimento e a melhoria do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal.
A Presidente do Conselho de Administração começou por relembrar a todos os presentes a missão fundamental da Fundação para a Saúde. Nascida de uma iniciativa cívica, a Fundação tem como objetivo primordial impulsionar o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde. Barbosa explicou que esta missão tem sido cumprida através de diversas ações concretas.
Uma das principais formas de atuação da Fundação tem sido a publicação de artigos e livros que visam aumentar o conhecimento sobre o sistema de saúde e o SNS em particular. Estas publicações têm servido como importantes ferramentas de disseminação de informação e promoção de debate informado sobre as questões mais prementes do setor da saúde em Portugal.
Além das publicações, Barbosa destacou a importância dos encontros e eventos organizados pela Fundação. Nos últimos dois anos, a instituição tem realizado os chamados “Estados Gerais”, uma série de encontros que têm percorrido o país de norte a sul. Estes eventos não se limitam a apresentar conhecimento, mas têm como objetivo principal recolher informações sobre boas práticas e experiências dos profissionais que trabalham diariamente no SNS.
A Presidente da FPS enfatizou que estes encontros têm sido realizados em várias cidades, desde o Porto até Faro, permitindo à Fundação não só partilhar conhecimento, mas também, e talvez mais importante, ouvir e aprender com aqueles que estão na linha da frente do serviço de saúde. Esta abordagem de proximidade tem permitido à Fundação recolher insights valiosos sobre as realidades e desafios enfrentados pelos profissionais de saúde em diferentes regiões do país.
Barbosa sublinhou a importância de alargar as plataformas de participação dos cidadãos. No entanto, reconheceu que para que esta participação seja efetiva e significativa, é necessário que os cidadãos tenham um nível adequado de literacia em saúde. Esta constatação tem orientado muitas das iniciativas da Fundação, que procura não só recolher informações, mas também educar e capacitar os cidadãos para que possam participar de forma mais informada e ativa nas questões relacionadas com a saúde pública.
Um dos pontos altos da apresentação foi o anúncio do lançamento do Observatório da Fundação. Barbosa optou por não se alongar na descrição detalhada do Observatório, preferindo focar-se na metodologia inovadora que está a ser utilizada. Ela explicou que esta metodologia, ainda em desenvolvimento e aberta a contribuições, parte de um quadro de referência baseado nas expectativas relativas ao compromisso social no SNS e no sistema de saúde em geral.
A partir deste quadro de referência, o Observatório propõe-se realizar uma análise abrangente do sistema de saúde. Para isso, conta com a participação de um conjunto diversificado de pessoas, incluindo profissionais do SNS, académicos de várias áreas e outros especialistas relevantes. Barbosa fez questão de enfatizar que este não é um grupo fechado ou um “clube de amigos”, mas sim uma equipa multidisciplinar comprometida em produzir conhecimento baseado em análises rigorosas e perspetivas diversas.
A Presidente da FPS deixou claro que o objetivo não é simplesmente produzir opiniões, mas sim gerar conhecimento sólido e útil que possa contribuir para a melhoria efetiva do SNS. Para isso, a Fundação está a adotar uma abordagem participativa, convidando todos os interessados a contribuírem com as suas perspetivas e conhecimentos.
Neste sentido, Barbosa anunciou que seria disponibilizado um link para um formulário online, através do qual os participantes poderiam submeter sugestões e comentários sobre o relatório apresentado. Esta iniciativa visa não só recolher feedback, mas também envolver ativamente a comunidade no processo de aprimoramento da metodologia e dos resultados do Observatório.
A Presidente reiterou que o objetivo é fazer deste um processo verdadeiramente colaborativo, onde todos possam participar na alteração, melhoria, correção e aprimoramento da metodologia utilizada. Ela enfatizou que a Fundação conta com a colaboração, o apoio e o trabalho de todos, reconhecendo que as transformações necessárias no SNS não podem ser alcançadas apenas por um grupo restrito de pessoas.
Barbosa concluiu a sua intervenção reafirmando o compromisso da Fundação para a Saúde em ser um catalisador de mudanças positivas no sistema de saúde português. Ela sublinhou que o conhecimento necessário para transformar e melhorar o SNS não virá apenas de um grupo seleto de especialistas, mas sim da contribuição coletiva de todos os envolvidos e interessados no sistema de saúde.
MMM
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