Segundo Gandra d’Almeida: “No Serviço Nacional de Saúde tentamos dar resposta à recuperação dos doentes em estado mais grave, os casos mais sérios, tudo o resto vai para os privados, porque o SNS não é suficiente para dar resposta às necessidades (…) somos um país pequeno e não temos capacidade de obter a recuperação para todas as pessoas.”
A deputada manifestou grande preocupação com a crescente tendência de privatização dos serviços de saúde, sublinhando que estas declarações corroboram as denúncias do LIVRE sobre a estratégia do governo que, segundo o partido, incentiva a privatização. Isabel Mendes Lopes questionou diretamente o Primeiro-Ministro sobre a sua posição face às afirmações do diretor executivo do SNS, que parecem indicar que apenas os casos mais graves têm acesso ao SNS, enquanto os restantes seriam encaminhados para o setor privado.
“A saúde não deve ser tratada como um negócio. Com saúde, não se brinca”, enfatizou a deputada, classificando a situação como alarmante.
Luís Montenegro respondeu que não tinha conhecimento das declarações específicas de António Gandra d’Almeida, mas assegurou que as ideias expressas pelo diretor executivo estão alinhadas com o pensamento do governo. O Primeiro-Ministro reforçou que o SNS continua a ser a “trave mestra” do sistema de saúde em Portugal e afirmou que o objetivo do governo é valorizar o SNS e aumentar a sua capacidade de resposta. Contudo, reconheceu as limitações existentes, que obrigam a recorrer, pontualmente, à capacidade do setor privado.
Isabel Mendes Lopes insistiu na necessidade de priorizar o financiamento do SNS, combatendo o seu subfinanciamento em vez de depender do setor privado. A deputada citou especialistas que têm criticado a gestão atual do SNS e questionou a lógica subjacente à transferência de doentes para o setor privado, argumentando que tal estratégia não faz sentido e coloca os cidadãos em clara desvantagem.
HealthNews/AL
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