axistas londrinos demonstram capacidades de planeamento superiores, utilizando técnicas mentais especializadas para navegar eficientemente pela complexa rede de ruas da cidade.
Uma equipa internacional de cientistas, incluindo um investigador principal de um laboratório de neurociências da Fundação Champalimaud em Lisboa, realizou um estudo inovador sobre as estratégias de planeamento mental dos taxistas experientes de Londres. Os resultados, publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revelam insights fascinantes sobre como estes profissionais navegam pela intrincada rede de mais de 26.000 ruas da capital britânica.
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O estudo, conduzido com 43 taxistas londrinos, analisou como estes planeiam as suas rotas quando recebem um local de partida e um destino. Os investigadores mediram o tempo de resposta entre a apresentação da tarefa e a primeira menção de um nome de rua, chamado “tempo de reflexão offline”, bem como os intervalos entre cada nome de rua ou viragem mencionados posteriormente, denominado “fase online”.
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Os resultados surpreenderam os investigadores ao demonstrar que os taxistas não planeiam as suas rotas de forma sequencial, como se poderia esperar. Em vez disso, durante o tempo de reflexão offline, eles priorizam partes altamente complexas e não-locais do espaço londrino, focando-se em junções críticas e na estrutura global da cidade.
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Este processo, tecnicamente denominado “pré-armazenamento em cache não-local de junções críticas”, permite aos taxistas criar rapidamente uma estrutura de ordem superior para a rota, antes de preencher os detalhes restantes. Curiosamente, os taxistas também demoraram mais tempo a pensar nas ruas mais longas de Londres, sugerindo uma consciência espacial da estrutura física real da cidade.
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Daniel McNamee, líder de grupo do Laboratório de Inteligência Natural da Fundação Champalimaud e um dos autores principais do estudo, destaca que esta é a primeira vez que tal estratégia é demonstrada em peritos humanos numa tarefa ecologicamente válida para eles. McNamee sugere que o estudo revela uma forma de intuição humana especializada, um sentido inato do que considerar antes mesmo de começar a pensar nisso.
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Os investigadores acreditam que estas descobertas podem ter implicações significativas para o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. Os algoritmos de IA poderão beneficiar destes insights sobre o pensamento humano especializado, tanto para melhorar o planeamento flexível em ambientes complexos como para otimizar a interação entre IA e humanos.
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Este estudo não só lança luz sobre as extraordinárias capacidades cognitivas dos taxistas londrinos, mas também abre novas perspetivas sobre o funcionamento do cérebro humano em tarefas de planeamento complexas. As implicações desta investigação podem estender-se muito além do domínio dos táxis, potencialmente influenciando campos como a neurociência cognitiva, a inteligência artificial e o planeamento urbano.
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