Menopausa no Trabalho: 77% das Mulheres Nunca Discutiram o Tema com Chefias

30 de Janeiro 2025

Um estudo da Médis revela que 63% das mulheres sentem impacto negativo da menopausa no trabalho, com sintomas como cansaço e falta de memória. Apesar disso, 77% nunca abordaram o tema com chefias, destacando a necessidade de maior apoio e discussão.

A menopausa continua a ser um tema pouco discutido no mercado de trabalho, apesar do seu impacto significativo na vida profissional das mulheres. Esta foi uma das principais conclusões do debate “Menopausa e o Trabalho: a Urgência de Agir, sem Rotular”, organizado pela Médis, marca de saúde do Grupo Ageas Portugal, no dia 29 de janeiro. O evento reuniu especialistas da área da saúde e do setor empresarial para discutir a falta de investimento e conhecimento sobre a saúde da mulher, divulgando dados alarmantes sobre o panorama da menopausa em contexto laboral.

De acordo com o estudo apresentado pela Médis, 63% das mulheres afirmam que a menopausa afeta negativamente o seu desempenho no trabalho, com destaque para sintomas como desconforto físico e falta de memória. A maioria (68%) admite aceitar ou disfarçar os sintomas no ambiente profissional, enquanto 9% já faltaram ao trabalho devido a questões relacionadas com a menopausa, como cansaço físico (65%), ansiedade e depressão (58%) e desconforto físico (54%).

O estudo também revelou que 73% das inquiridas consideram que a menopausa prejudica a sua eficiência e produtividade. No entanto, 77% nunca abordaram o tema com as suas chefias, evidenciando a persistência de um estigma que dificulta a discussão aberta sobre o assunto.

Maria do Carmo Silveira, Responsável de Orquestração Estratégica do Ecossistema de Saúde do Grupo Ageas Portugal, moderou o debate e destacou a importância de quebrar tabus. “A menopausa não é uma doença, mas um processo natural que afeta o dia a dia das mulheres, inclusive no trabalho. É fundamental trazer este tema para a discussão e encorajar as mulheres a sentirem-se à vontade para abordá-lo”, afirmou.

Cristina Mesquita de Oliveira, Fundadora da Comunidade de Saúde em Menopausa e da VIDAs Associação Portuguesa de Menopausa, reforçou a necessidade de transformar a menopausa num assunto de relevância social. “A menopausa é falada em silêncio, mesmo entre mulheres. Precisamos de mais justiça, inclusão e equidade na vivência do trabalho”, defendeu.

Helena Marujo, investigadora do ISCSP, alertou para o impacto de ambientes laborais rígidos e stressantes na intensidade dos sintomas. “As empresas podem ajudar ao não silenciarem o tema, oferecendo flexibilidade de horários e funções”, sugeriu.

Miguel Oliveira da Silva, ginecologista-obstetra e coordenador do estudo “Saúde e Bem-Estar das Mulheres – um Potencial a Alcançar”, reconheceu a desatenção da classe médica em relação à menopausa. “Os médicos devem tomar a iniciativa de falar sobre o tema com mulheres acima dos 40 anos”, afirmou.

Apesar dos avanços, o impacto da menopausa na vida das mulheres continua a carecer de maior visibilidade e debate, tanto no mercado de trabalho como nos consultórios médicos. A Médis reforçou o seu compromisso com o tema, apresentando novos dados e promovendo a discussão para uma mudança efetiva.

PR/HN/MM

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