A Associação Portuguesa de Farmacêuticos para a Comunidade (APFPC) emitiu um comunicado expressando surpresa face às recentes declarações do Bastonário da Ordem dos Médicos relativamente ao anúncio de um despacho sobre a futura intervenção dos farmacêuticos em situações clínicas ligeiras. Este anúncio foi feito pela Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.
A APFPC destaca que este tipo de serviço já é uma realidade em vários países, como Suíça, Reino Unido, Canadá e Austrália. A associação refere que diversos estudos e relatórios têm demonstrado as vantagens desta prática, tanto em termos de ganhos de saúde e comodidade para os utentes, como em benefícios económicos diretos e indiretos.
Em 2022, a APFPC desenvolveu o projeto “Intervenção Farmacêutica em Situações Clínicas Ligeiras”, que incluiu a elaboração de protocolos de atuação baseados em evidências científicas recentes. Este projeto foi reconhecido com o Prémio Tecnigen Farmácias Comunitárias.
A associação esclarece que o despacho em questão e os protocolos de atuação subsequentes resultariam de uma colaboração entre médicos e farmacêuticos, visando definir de forma clara e inequívoca todo o procedimento. Esta abordagem, segundo a APFPC, não coloca em risco nem levanta dúvidas sobre o papel do farmacêutico no atendimento de situações clínicas ligeiras.
O comunicado sublinha que as situações clínicas ligeiras são, por definição, condições não complicadas, frequentemente autolimitadas, que podem ser diagnosticadas e geridas pelo próprio indivíduo, com ou sem o apoio de um profissional de saúde. A APFPC enfatiza que não se trata de situações complexas que exijam diagnósticos diferenciais ou tratamentos elaborados.
A associação defende as competências técnico-científicas dos farmacêuticos, afirmando que são os especialistas do medicamento e os responsáveis pela sua utilização segura, eficaz e racional. A APFPC apela a um foco no doente e a um trabalho conjunto e colaborativo entre todos os profissionais de saúde, visando alcançar maior eficiência e melhores resultados em saúde, num sistema que se pretende funcional e sustentável.
A APFPC reafirma o seu compromisso em apoiar e implementar este tipo de intervenção farmacêutica, com o objetivo principal de beneficiar o doente e proporcionar uma resolução rápida e eficaz da sua situação clínica. A associação acredita que o trabalho conjunto entre os diferentes intervenientes na jornada de saúde do doente resultará numa melhor qualidade e eficiência de todo o sistema de saúde.
PR/HN/MM
A Ordem dos Médicos e os Sindicatos Médicos devem reinvidicar a possibilidade de vender medicamentos.
O Alexandre Zacarias Pereira Marques Cabaço também devia reivindicar a possibilidade de ganhar senso comum.
E o Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos tem alguma coisa a dizer sobre o assunto?
Da Ordem dos Médicos sabemos que sempre foi seu desígnio a defesa da saúde dos portugueses, por isso sempre lutaram contra o número clausus na entrada dos cursos de medicina.
Compreendemos, por isso, a necessidade de médicos reformados continuarem a exercer a profissão no SNS, mas não o fazem gratuitamente.