A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) assinala o Dia Mundial do Sono, que este ano se celebra a 14 de março, com um desafio à população: tornar a saúde do sono uma prioridade. Este ano, o mote da World Sleep Society destaca a importância de colocar o sono na agenda diária, garantindo condições ideais para dormir e identificar potenciais problemas de saúde relacionados com o sono.
Os pneumologistas Vânia Caldeira e Pedro Americano destacam o papel crucial do sono na recuperação motora, crescimento, imunidade, controlo hormonal e metabólica, regulação do apetite, memória e função cognitiva, bem como na regulação do humor. Em 2022, um questionário online da SPP revelou que 52% dos inquiridos raramente dormia bem, 75% dormia menos de sete horas por noite, 17% ressonava e 51% apresentava sonolência diurna excessiva. Estes dados mostram que, apesar de uma crescente atenção ao sono, o cuidado com ele ainda é insuficiente.
O sono de má qualidade está associado a riscos cardiovasculares, como doenças cardíacas, hipertensão e diabetes, além de aumentar o risco de AVC, depressão e ansiedade. Pedro Americano salienta que obstáculos sociais, como a falta de sensibilização para a importância do sono e o uso excessivo de dispositivos eletrónicos antes de dormir, prejudicam a qualidade do sono. Vânia Caldeira destaca a importância de identificar sintomas disruptivos, como ressonar e paragens respiratórias durante o sono, que podem indicar problemas como a apneia obstrutiva do sono.
Para promover uma melhor higiene do sono, a SPP lançará uma campanha nacional com anúncios e disponibilizará um “Guia do Sono” com recomendações para melhorar as condições de sono. As recomendações incluem um ambiente tranquilo no quarto, regularidade nos horários de sono, rotinas pré-sono relaxantes e evitando dispositivos eletrónicos antes de dormir. Além disso, a exposição matinal à luz, exercício físico regular e refeições regulares são fundamentais para um sono de qualidade.
PR/HN/MM
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