Estudo revela baixo nível de saúde e bem-estar entre mulheres portuguesas

28 de Março 2025

Conferência "Saúde das Mulheres, um potencial a alcançar" debate o estado da saúde feminina em Portugal. Estudo revela que apenas 10% das mulheres portuguesas relatam altos níveis de saúde e bem-estar, destacando desafios em várias fases da vida

legenda da imagem: Marta Atalaya, Maria de Belém Roseira, Júlia Pinheiro, Leonor Freitas , Diana Gomes da Silva.

A conferência “Saúde das Mulheres, um potencial a alcançar”, promovida pela Médis, realizou-se na Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa no dia 28 de março de 2025. O evento reuniu profissionais de saúde e especialistas para debater o estado atual e futuro da saúde das mulheres em Portugal.

O Estudo Saúdes, apresentado durante a conferência, revelou dados alarmantes sobre a saúde e o bem-estar das mulheres portuguesas. Apenas 10% das mulheres relataram sentir níveis elevados de saúde e bem-estar, um número que destaca a necessidade urgente de atenção e ação nesta área.

Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde, abriu a conferência enfatizando os desafios enfrentados pelas mulheres: “Ser mulher é um desafio, estamos expostas a um enorme escrutínio público, numa busca constante pela perfeição em todas as áreas da nossa vida”.

Carla Sousa Pontes, médica de Medicina Preventiva e Bem-Estar, apresentou dados preocupantes, afirmando que 60% das mulheres não se sentem bem. Ela também destacou uma lacuna histórica na medicina, onde até o início do século XXI, os manuais de anatomia se concentravam principalmente no corpo masculino, resultando em um conhecimento incompleto do corpo feminino.

O estudo identificou várias fases da vida das mulheres como “bolsas de mal-estar”, incluindo a adolescência, menstruação, gravidez, amamentação e menopausa. Especificamente, 37% das mulheres identificaram a menopausa como um período de instabilidade emocional, enquanto 52% apontaram o pós-parto como particularmente desafiante.

A dor crônica emergiu como um tema central no estudo. 31% das mulheres com dores crônicas classificaram-nas como intensas ou insuportáveis. Na faixa etária acima dos 40 anos, 33% das mulheres portuguesas sofrem de dores crônicas, em comparação com apenas 14% dos homens.

Um avanço recente na valorização da saúde feminina foi mencionado: a aprovação, em 14 de março de 2025, de uma lei que estabelece o regime de faltas justificadas para mulheres com endometriose, permitindo três dias de faltas mensais ao trabalho sem perda de salário.

A relação das mulheres com seus corpos também foi discutida. O estudo revelou que 71% das mulheres relatam ter peso elevado ou desejam perder peso, e 55% já passaram por processos de emagrecimento. Esses dados refletem a pressão dos padrões de beleza e seu impacto na autoestima e saúde mental das mulheres.

Júlia Pinheiro, oradora no painel “A Mulher, o Bem-Estar e a Felicidade”, compartilhou sua perspectiva pessoal: “Não estou entre os 10% de mulheres que sentem altos níveis de saúde e bem-estar. Felicidade é sentirmo-nos bem em frente ao espelho”.

Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, enfatizou a importância de debates como este para promover uma cultura de saúde mais consciente e responsável, visando informar e capacitar o cidadão comum.

A conferência contou com o apoio da Associação Nacional das Farmácias, Bayer e Dove, e buscou contribuir para a adoção de políticas e práticas de saúde mais inclusivas e adaptativas através do diálogo aberto.

PR/HN/MM

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