Novas evidências apresentadas no congresso anual da American College of Cardiology (ACC.25), em Chicago, sugerem que três meses de terapia antiplaquetária dupla (DAPT) podem ser suficientes para equilibrar riscos isquémicos e hemorrágicos em pacientes submetidos a implante de stent coronário. O estudo HOST-BR, liderado por investigadores sul-coreanos, analisou 4.900 pacientes, estratificando-os em grupos de alto (HBR) e baixo risco hemorrágico (LBR).
No grupo HBR (idade média de 73 anos), três meses de DAPT reduziram eventos combinados (morte, enfarte, trombose de stent ou AVC) para 14,4%, contra 18,4% com um mês de tratamento. Para o segundo endpoint primário (eventos cardiovasculares graves), a diferença foi ainda mais marcante: 6,4% vs. 10,3%. Não houve aumento significativo de sangramentos entre os regimes.
Já no grupo LBR (idade média de 63 anos), três meses de terapia apresentaram eficácia comparável a 12 meses (4% vs. 5,7% em eventos combinados), mas com menor incidência de hemorragias (9,2% vs. 13,7%). A maioria dos pacientes utilizou clopidogrel, padrão na Ásia Oriental, levantando questões sobre a extrapolação para populações que usam ticagrelor.
Os investigadores destacam que esta é a primeira análise a comparar durações de DAPT em ambos os perfis de risco, propondo um paradigma mais curto e personalizado. O acompanhamento continuará por três anos para avaliar efeitos a longo prazo. O estudo foi financiado pela Medtronic e Abbott Vascular, sem conflitos declarados.
NR/HN/Alphagalileo
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