A Reitoria da Universidade Nova de Lisboa foi hoje palco do Health Re:Design Summit, um evento de referência que reuniu os principais stakeholders da saúde em Portugal para debater o futuro do setor, com especial destaque para a intervenção de Sónia Dias, Diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). A sessão, organizada pela Associação de Estudantes da ENSP (AEENSP-NOVA), mobilizou decisores políticos, líderes institucionais, representantes de associações de doentes, profissionais do setor público e privado, e estudantes, num ambiente de diálogo aberto e partilha de soluções inovadoras para os desafios emergentes da saúde pública.
Sónia Dias iniciou a sua intervenção com um agradecimento especial à AEENSP-NOVA, sublinhando o papel fundamental dos estudantes na dinamização do debate e na construção de um setor da saúde mais sustentável, inovador e centrado nas pessoas. “Repensar, redesenhar e reconstruir o sistema de saúde é uma urgência do nosso tempo, mais do que um desafio técnico, político ou económico, é um desafio humano”, afirmou, destacando a importância da coragem, espírito crítico, empatia e liderança para transformar a saúde pública.
A diretora da ENSP salientou que a transformação do setor exige uma abordagem coletiva, baseada em parcerias válidas e diálogo entre todos os intervenientes. “Os desafios que enfrentamos hoje e os que se avizinham obrigam-nos a repensar não só a definição de saúde, mas também a sua operacionalização e a forma como colocamos ao serviço de mais saúde para todos o contributo de cada stakeholder”, frisou Sónia Dias.
O evento, que decorreu ao longo de todo o dia, incluiu sessões sobre políticas de saúde, inovação, liderança e transformação dos sistemas de saúde, contando com a participação de especialistas de instituições como o Conselho Nacional de Saúde, RDP, AstraZeneca, Johnson & Johnson, GSK, NTT Data, ANF, entre outras. Entre os presentes estiveram antigos ministros da Saúde, presidentes de Unidades Locais de Saúde, representantes da administração hospitalar e líderes de associações de doentes, num claro sinal da transversalidade e relevância do encontro.
Sónia Dias destacou ainda o papel da ENSP ao longo de mais de 50 anos de atividade, formando profissionais e líderes reconhecidos nacional e internacionalmente, preparados para responder aos desafios atuais e futuros da saúde global. “Orgulhamo-nos de ser uma escola de referência, acreditada internacionalmente, e de acolher dois centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde, um na área da segurança do doente e outro na gestão em saúde, o que reforça o nosso compromisso com os mais elevados padrões científicos e pedagógicos”, recordou.
A responsável da ENSP sublinhou o esforço contínuo da escola em adaptar os currículos às novas competências exigidas pelo futuro, incorporando metodologias inovadoras e as potencialidades das novas tecnologias e da saúde digital. “Estamos a envolver todos os stakeholders na reflexão sobre as adaptações necessárias, apostando em abordagens pedagógicas inovadoras e novas competências, como a literacia em saúde, a equidade no acesso e o direito à saúde para todos”, afirmou.
O Health Re:Design Summit foi também palco do Concurso Científico HRDS2025, que premiou projetos inovadores nas áreas da saúde digital, sustentabilidade, políticas de saúde e equidade, saúde e tecnologia, transformação dos sistemas de saúde e literacia em saúde e envolvimento do doente. Sónia Dias realçou que a inovação não nasce apenas nas grandes instituições, mas muitas vezes em ideias novas e projetos-piloto, e que cabe a todos dar espaço a essas sementes de transformação.
A diretora da ENSP reforçou que a mudança no setor da saúde depende da capacidade de criar pontes entre diferentes áreas e de promover uma cultura de colaboração multissetorial. “Estamos a reunir aqui hoje decisores políticos, profissionais do setor público e privado, associações de doentes, parceiros da indústria, academia e representantes da sociedade civil. Estamos a criar pontes, a fomentar o diálogo, a desafiar ideias feitas. Estamos a fazer o que se espera de uma verdadeira escola de saúde pública”, declarou.
No final da sua intervenção, Sónia Dias dirigiu-se diretamente aos estudantes, reafirmando o compromisso da ENSP em formar profissionais que saibam pensar a saúde como uma construção social, coletiva e interdependente. “A vossa presença ativa, tanto na escola como em vários setores da sociedade, é o que torna a nossa escola viva e nos faz evoluir. Este congresso é mais uma prova da vossa capacidade de mobilização e deixa-me tranquila quanto ao futuro da saúde pública, que está, de facto, em boas mãos”, concluiu.
MMM
0 Comments