Uma investigação recente da North Carolina State University, em colaboração com a James Madison University, revela que a compaixão é um fator determinante para a resiliência dos trabalhadores perante situações de quebra de promessas por parte dos empregadores. O estudo, realizado durante a pandemia, analisou a resposta de 330 profissionais de escritório nos Países Baixos, avaliando como a autocompaixão e a compaixão pelos outros influenciam a forma como lidam com sentimentos negativos resultantes de expectativas não cumpridas, como aumentos salariais prometidos ou mudanças inesperadas na missão da empresa.
Os resultados mostram que trabalhadores com níveis elevados de autocompaixão apresentam menor exaustão emocional, mesmo quando sentem raiva, traição ou desilusão após uma promessa quebrada. Esta capacidade de gerir emoções negativas traduz-se numa maior resiliência individual. Por outro lado, aqueles que demonstram mais compaixão pelos colegas revelam menor intenção de abandonar a empresa e mantêm níveis superiores de desempenho, sugerindo que a preocupação com o bem-estar dos outros os motiva a permanecer e a esforçar-se, mesmo em ambientes adversos.
Os autores do estudo sublinham que estas formas de compaixão podem ser desenvolvidas através de formação e programas específicos, representando uma estratégia viável para as organizações que pretendem mitigar os efeitos negativos das quebras de contrato psicológico. Além disso, recomendam que empresas com maior propensão para situações de promessas não cumpridas considerem valorizar a compaixão como critério de seleção, a par das competências técnicas, para promover equipas mais resilientes e produtivas.
Referência: “Softening the Blow: The Mitigating Effect of Compassion on the Negative Consequences of Psychological Contract Breach and Violation Feelings”
NR/HN/ALphaGalileo
0 Comments