A recondução de Ana Paula Martins como Ministra da Saúde está a ser recebida com alarme pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que considera o regresso ao cargo uma decisão preocupante face ao histórico de confrontos com os profissionais de saúde e à recusa em negociar com a estrutura sindical que representa o maior número de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A FNAM sublinha que o mandato anterior da ministra ficou marcado por políticas que agravaram a situação do SNS, nomeadamente o encerramento frequente de serviços de urgência, sobretudo nas áreas de pediatria e obstetrícia, o aumento de partos realizados em ambulâncias, o agravamento dos tempos de espera para cirurgias e o crescimento do número de utentes sem médico de família, levando o SNS a um estado de fragilidade sem precedentes.
A federação exige agora uma “ruptura com os erros do passado” e defende que a permanência de Ana Paula Martins só se justifica se houver uma mudança clara de postura, com abertura ao diálogo e respeito institucional. A FNAM reafirma a sua disponibilidade para negociações imediatas, apresentando propostas concretas para salvar o SNS, centradas na melhoria das condições de trabalho e na valorização da carreira médica, medidas que considera essenciais para atrair e reter médicos no sector público, promover o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e valorizar a profissão médica.
A FNAM apela a um compromisso político sério e transparente, sublinhando que o SNS não pode esperar por respostas e que está pronta para negociar soluções que garantam o futuro do sistema, dos médicos e dos utentes.
PR/HN
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