Lusíadas e seguradoras eliminam desflurano e cortam pegada carbónica

6 de Junho 2025

Num movimento inédito em Portugal, Lusíadas Saúde, Allianz, Médis e Multicare eliminaram o desflurano dos blocos operatórios, reduzindo em 1.446 toneladas as emissões de CO₂ e promovendo práticas anestésicas mais sustentáveis.

No âmbito do Dia Mundial do Ambiente, a Lusíadas Saúde, Allianz, Médis e Multicare lançaram uma iniciativa pioneira no setor privado da saúde em Portugal, substituindo o gás anestésico desflurano pelo sevoflurano em todos os blocos operatórios do Grupo Lusíadas. Esta medida, alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 17 da ONU, visa reduzir significativamente o impacto ambiental da anestesia, sem comprometer a segurança e a qualidade dos cuidados prestados.

A transição, liderada pelas equipas clínicas e corporativas da Lusíadas Saúde, incluindo as coordenações de Anestesiologia e as Direções de Farmácia e Sustentabilidade, contou com o apoio das seguradoras parceiras. O processo envolveu ainda a implementação de um programa de formação contínua para profissionais de saúde e a monitorização regular da aplicação da medida, garantindo a sua eficácia e segurança.

Com esta mudança, o sevoflurano passa a ser o agente inalatório de eleição em praticamente todos os procedimentos anestésicos realizados nos blocos operatórios da rede Lusíadas. O desflurano será reservado apenas a casos clínicos muito específicos, como doentes com mais de 80 anos ou com obesidade grave e comorbilidades associadas, onde o perfil de recuperação mais rápida pode justificar a sua utilização.

O desflurano apresenta um Potencial de Aquecimento Global (GWP) de 2.540, cerca de 20 vezes superior ao do sevoflurano, e permanece na atmosfera durante aproximadamente 14 anos. A eliminação deste agente anestésico permitiu ao Grupo Lusíadas Saúde reduzir cerca de 1.446 toneladas de emissões de CO₂, contribuindo para a diminuição da pegada carbónica do setor.

A iniciativa segue as recomendações da Sociedade Europeia de Anestesiologia e Cuidados Intensivos (ESAIC), que defende a eliminação faseada de agentes anestésicos com elevado impacto ambiental. Segundo a ESAIC, a prática clínica é responsável por cerca de 4,7% das emissões de gases com efeito de estufa na Europa, sendo os gases anestésicos voláteis dos principais contribuintes.

Eduarda Reis, Chief Medical Officer do Grupo Lusíadas Saúde, destaca que “esta mudança representa um passo importante para uma prática clínica mais sustentável, refletindo o nosso compromisso em cuidar da saúde das pessoas e do planeta. É possível fazer diferente, e melhor, quando trabalhamos em conjunto. A segurança do doente e a excelência clínica continuam a ser a nossa prioridade, e a substituição do desflurano por uma alternativa com menor impacto ambiental é a prova de que é possível evoluir com responsabilidade”1.

Marta Souto, Head of Health Claims and Clinical Providers da Allianz Portugal, sublinha que “na Allianz estamos focados em integrar, nas nossas operações diárias, práticas ambientais e sociais que promovem a sustentabilidade, por isso estamos alinhados com o Grupo Lusíadas Saúde na iniciativa de substituição dos gases anestésicos por alternativas mais sustentáveis, reafirmando, no contexto do Seguro de Saúde, o nosso compromisso com práticas que promovem a saúde e protegem o meio ambiente”.

Pedro Correia, Head of Health Operations da Médis, Grupo Ageas Portugal, refere que “para a Médis este é um passo natural. Fazer bem à saúde das pessoas passa inevitavelmente por cuidarmos o ambiente e o planeta onde vivemos”.

Isabel Carreira, Diretora de Prestadores Institucionais da Multicare, acrescenta que “a sustentabilidade faz parte integrante da estratégia e das práticas da Multicare, refletindo-se na forma como nos relacionamos com parceiros e fornecedores, sempre com o compromisso de adotar práticas responsáveis que promovam a saúde das pessoas e do planeta, tal como esta mudança o demonstra”.

Esta ação conjunta reafirma o compromisso das quatro entidades com uma saúde mais sustentável, inovadora e responsável, transformando práticas clínicas em benefício das pessoas e do planeta.

PR/HN

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