Novo sistema de rastreamento entrou em funcionamento no Reino Unido

28 de Maio 2020

Um novo sistema de rastreamento de casos de contágio foi hoje lançado pelo Governo britânico para ajudar a controlar a pandemia de covid-19 no Reino Unido, o país com o segundo maior número de mortos a seguir aos EUA. 

Um novo sistema de rastreamento de casos de contágio foi hoje lançado pelo Governo britânico para ajudar a controlar a pandemia de covid-19 no Reino Unido, o país com o segundo maior número de mortos a seguir aos EUA.

A partir de hoje, qualquer pessoa que teste positivo com o novo coronavírus será contactada pelos funcionários do serviço ‘Test and Trace’ do sistema nacional de saúde e solicitada a dar informações sobre com quem esteve recentemente em oas identificadas vão ser instruídas a ficar isoladas em casa durante 14 dias, mesmo que não apresentem sintomas, para evitar a propagação do vírus.

“É extremamente importante que as pessoas que tenham sintomas, como uma tosse contínua, febre ou alteração dos sentidos de paladar e olfato, se isolem imediatamente e não saiam de casa exceto para ir fazer um teste”, afirmou hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock, à BBC Radio 4.

O objetivo, disse, é “romper a cadeia de transmissão”, pelo que destacou o “dever cívico” das pessoas contactadas para seguirem a “instrução” e ficarem em isolamento, embora não seja obrigatório nem a infração penalizada.

“O objetivo do sistema todo é ter um confinamento mais direcionado àqueles que estão em maior risco, o que, por sua vez, permite que estejamos todos mais seguros e permite reduzir as medidas gerais que estão em vigor”, explicou.

O partido Trabalhista, a principal força da oposição, considera que o abandono da estratégia de rastreamento em meados de março foi “um erro enorme” e que a controvérsia sobre o desrespeito do assessor do primeiro-ministro pelas regras do confinamento vai dificultar a implementação.

“O apoio de Boris Johnson a Dominic Cummings é perigosamente irresponsável e enfraquece a mensagem vital de saúde pública”, afirmou o deputado Jonathan Ashworth, porta-voz para as questões de Saúde.

O sistema vai ter 25 mil trabalhadores, incluindo milhares de profissionais de saúde, e vai ter capacidade para gerir 10 mil casos por dia, segundo o Ministério da Saúde britânico.

Um Centro de Biosegurança vai acompanhar os resultados em conjunto com autoridades locais e de saúde para identificar surtos localizados e tomar medidas.

O serviço entra hoje em funcionamento em Inglaterra e na Escócia, juntando-se ao que já existe na Irlanda do Norte, enquanto que o do País de Gales só tem previsto arrancar em junho.

Uma aplicação telemóvel desenvolvida pelos serviços de saúde para notificar automaticamente pessoas que tenham estado em contacto próximo com um infetado continua em testes, mas o lançamento foi atrasado.

Usado com sucesso por outros países, o sistema de rastreamento estava inicialmente previsto para meados de maio e foi considerado “essencial” pelo Governo para ajudar no alívio do confinamento em vigor desde 23 de março.

Uma primeira fase avançou em 13 de maio, com o regresso ao trabalho de pessoas sem possibilidade de continuar a fazê-lo de casa e a autorização de maior atividade ao ar livre, incluindo alguns desportos.

A partir de segunda-feira, as escolas primárias deverão reabrir parcialmente para algumas aulas, seguindo-se as escolas secundárias e lojas não essenciais a partir de 15 de junho.

Uma terceira fase está prevista para o início de julho, com a abertura de mais atividades, como cafés e restaurantes.

O Reino Unido é atualmente o país com o segundo maior número de mortes, atrás dos EUA, tendo registado 37.048 mortes e 267.240 casos de contágio durante a pandemia, segundo o balanço de quarta-feira do Ministério da Saúde britânico.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

LUSA/HN

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