Movimento de Utentes promove ação em defesa do Hospital dos Covões

8 de Junho 2020

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) vai realizar uma concentração em Coimbra, no dia 18, em defesa do Hospital dos Covões e do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Vamos manifestar o nosso descontentamento pela maneira como até agora, desde 2012, o Hospital dos Covões tem sido desmembrado, com o encerramento de vários serviços”, disse hoje à agência Lusa Fátima Pinhão, da direção nacional do MUSP.

Fátima Pinhão salientou também a necessidade de a região Centro dispor de uma nova maternidade, em substituição das duas atuais, Bissaya Barreto e Daniel de Matos, localizadas em Coimbra.

Segundo a dirigente do MUSP, “a futura maternidade deve ser construída nos Covões”, onde daria “melhor resposta” do que se for implantada na área envolvente dos Hospitais da Universidade (HUC), polo principal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), do qual também faz parte o Hospital Geral, designação oficial da unidade dos Covões.

“Vão continuar a desmantelar serviços nos Covões”, lamentou, dando o exemplo do antigo Hospital Psiquiátrico de Lorvão, encerrado no âmbito da extinção e concentração de serviços, no início da década.

O MUSP apoia igualmente a instalação de uma unidade de cuidados continuados nos antigos de Lorvão, no concelho de Penacova.

O movimento critica o encerramento de serviços de saúde do SNS, “para engordar as parcerias público-privadas” e defende a valorização do Hospital dos Covões, em São Martinho do Bispo, em detrimento da aglomeração de unidades junto aos HUC, em cujas proximidades, enfatizou Fátima Pinhão, estão localizados alguns hospitais privados.

A concentração promovida pelo MUSP, do dia 18, às 17:00, realiza-se na praça da República, um dos locais mais movimentados de Coimbra, e inclui uma tribuna pública aberta a intervenções de organizações e cidadãos em geral.

Intitulada “Defesa do SNS – Valorização do Hospital dos Covões, valorização dos cuidados de saúde primários e continuados”, a ação foi apresentada hoje aos jornalistas, à entrada do Hospital dos Covões.

O MUSP anunciou que na terça-feira, às 10:30, vai integrar um “cordão solidário”, nos Covões, em que estarão representados o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro, o Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas, o Sindicato da Hotelaria do Centro e a União dos Sindicatos de Coimbra, bem como a Ordem dos Médicos.

Os organizadores recusam o desmantelamento daquele hospital, do qual foi utente o principal impulsionador do SNS, António Arnaut, falecido há dois anos e que residia em Santa Clara, na margem esquerda do Mondego.

LUSA/HN

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