Ren Zhiqiang deixou de ser visito em público, em março passado, depois de ter publicado um ensaio na Internet, no qual se refere ao chefe de Estado chinês, Xi Jinping, como um “palhaço que vai nu”, mas “determinado a passar por imperador”.
Ren, de 69 anos e antigo presidente de uma das maiores construtoras da China, é acusado de corrupção, peculato, suborno e abuso da sua posição numa empresa estatal, lê-se no comunicado emitido pela Comissão de Inspeção e Disciplina do distrito de Xicheng, em Pequim.
O milionário foi ainda expulso do Partido Comunista e o seu caso transitou para as instâncias judiciais.
O órgão disciplinar não deu detalhes sobre os crimes de que Ren é acusado.
Sob a direção de Xi Jinping, o PCC voltou a penetrar na vida política, social e económica da China, enquanto o poder político se centrou na sua figura, abdicando do processo de consulta coletiva estipulado por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo nos anos 1980.
Ren considerou, no seu artigo, que a crise de saúde pública constituiu uma “crise de governação” e criticou a falta de liberdade de imprensa e liberdade de expressão no país asiático.
O comunicado difundido pela Comissão de Inspeção e Disciplina não refere o artigo, mas detalha que Ren é membro do PCC e foi diretor da empresa estatal Huayuan Real Estate Group.
Em 2016, Ren enfrentou uma retaliação disciplinar por afirmar que a imprensa chinesa representa apenas os interesses do Partido Comunista e não a voz da população, que foi “abandonada”.
LUSA/HN
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