A iniciativa marcada para os dias 22, 23 e 24 deste mês visa mobilizar a sociedade e suscitar a participação de todas as pessoas e instituições que o desejarem, tendo para isso sido criado o ‘site’ memoriaeesperanca.pt, onde estão anunciadas as iniciativas e podem ser submetidas propostas e ideias para serem desenvolvidas localmente.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Wemans, da comissão promotora, explicou que esta iniciativa começou com “uma reflexão” que acabou por reunir uma centena de pessoas, as quais assinaram um manifesto divulgado no verão passado.
“[O manifesto] faz um desafio a que pensemos que vivemos esta pandemia em conjunto, que nos tocou a todos, e não apenas a cada um por si, e que dela saímos graças também ao esforço de todos”, disse Jorge Wemans.
Por outro lado, “orgulhamo-nos hoje pelo facto de Portugal ser o primeiro país do mundo que atinge o nível de 85% da sua população total vacinada e nós só chegámos lá graças a um esforço coletivo, um esforço conjunto, em que todos deram o melhor de si”, salientou.
A jornada é, no fundo, “o momento” para assinalar coletivamente “o luto pelas pessoas que morreram, por todas as pessoas que sofreram, por todos aqueles que não conseguiram acompanhar os seus familiares nos seus últimos momentos de vida, por todo o sofrimento e dor que a pandemia causou que é preciso não esquecer”.
Mas também é um momento para “afirmar a esperança de que somos suficientemente fortes para enfrentar estas crises, por mais violentas que elas sejam, e que a sociedade portuguesa no futuro será melhor do que foi no passado”, sublinhou o jornalista.
“De alguma forma este fim de semana ficará assinalado pelo facto de que, para além das diferenças regionais, de idade, de convicções religiosas, do que quer que seja, os portugueses se juntaram ao longo destes três dias para não deixar esquecer a pandemia” e celebrar a esperança, sustentou.
A comissão promotora vai realizar quatro iniciativas de âmbito nacional que envolvem as instituições mais representativas, mas desafia sobretudo as escolas, as juntas de freguesia, os atores culturais a tomarem a iniciativa e a desenharem as suas próprias atividades para estes três dias.
No ‘site’ estão delineadas mais de 30 iniciativas, algumas de escolas e de agrupamentos escolares que dia 22 vão inaugurar exposições, construir murais alusivos à pandemia ou plantar árvores.
Está também disponível no ‘site’ uma exposição de cartoons oferecidos por cartoonistas, como Luiz Afonso, Cristina Sampaio, André Carrilho, João Fazenda, que podem ser descarregadas para organizarem exposições.
Para o dia 24, está previsto que, ao meio dia, os sinos das igrejas e as sirenes dos bombeiros toquem durante três minutos e as famílias são convidadas a colocar uma vela, à noite, num espaço público coletivo ou na janela das suas casas.
“Haverá múltiplas iniciativas que serão formas de exprimir publicamente que não esquecemos aquilo que vivemos em conjunto e temos esperança de um Portugal melhor, de uma sociedade mais justa, mais fraterna, que é também um dos ensinamentos desta pandemia do modo como a atravessamos”, sublinhou Jorge Wemans.
No ‘site’, as pessoas podem também subscrever até ao dia 24 o manifesto, que conta já com cerca de um milhar de assinaturas.
O grupo que apresentou esta proposta, e que conta com o apoio do Presidente da República, é composto por cerca de 100 pessoas de várias áreas, figurando entre elas músicos, atores, escritores, médicos, políticos, jornalistas, juristas, entre outros.
A escritora Alice Vieira, o ex-ministro da Justiça Laborinho Lúcio, o psiquiatra Daniel Sampaio, o humorista Bruno Nogueira e os músicos Pedro Abrunhosa e Rui Veloso são alguns dos promotores desta jornada.
LUSA/HN
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