“O processo [de administração de uma terceira dose de vacina] está a decorrer por todas as ilhas e vai haver um incremento nas próximas semanas, tendo em conta a organização que já existe e a informação que temos de um maior número de vacinas solicitado para as várias unidades de saúde de ilha”, avançou, em declarações à Lusa, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral.
A administração da terceira dose da vacina contra a Covid-19 nos Açores arrancou no dia 18 de outubro nos lares de idosos e unidades de cuidados continuados dos Açores.
Segundo Berto Cabral, “já estão administradas cerca de 1.500 doses na região”, numa fase do processo que se destina, quase em exclusivo, aos idosos institucionalizados.
O ritmo do processo é justificado pelo diretor regional da Saúde com a necessidade de deslocação das equipas de enfermagem às instituições.
“O processo é mais moroso, porque as equipas vão de instituição a instituição, vacinando os utentes”, afirmou, acrescentando que o processo “vai continuar a maior ritmo nas próximas semanas”.
Nas instituições em que a terceira dose ainda não tinha sido dada, já são inoculadas, na mesma deslocação, as vacinas contra a gripe e contra a Covid-19, o que torna o processo “mais ágil”, ainda que as deslocações sejam “mais demoradas”.
Até agora, o número de recusas foi “muito residual”, mas há quem manifeste receio, sobretudo devido aos efeitos secundários das primeiras tomas da vacina.
Berto Cabral defendeu que é preciso tranquilizar a população e responder aos receios com informação.
“Depois de um processo que começou cheio de dúvidas, com imensas questões da maior parte da população, a verdade é que temos nos Açores quase 83% da população com a vacinação completa. As situações graves depois da vacinação foram residuais e, portanto, importa continuar a transmitir uma mensagem de tranquilidade e de confiança relativamente à vacinação”, frisou.
O reforço da vacina contra a Covid-19 destina-se a maiores de 65 anos, devendo abranger nos Açores “entre 35 e 36 mil pessoas”.
Desde 26 de setembro que as pessoas transplantadas e com imunossupressão grave podem também aceder a uma dose adicional da vacina, mediante prescrição médica.
Neste caso, serão “pouco mais de 600 pessoas, no máximo”, na região.
A vacinação de maiores de 65 anos não institucionalizados deverá arrancar à medida que o processo for concluído nos lares e unidades de cuidados continuados, não havendo datas definidas.
“As ilhas não vão estar ao mesmo ritmo. Há ilhas que ainda vão estar a vacinar doentes institucionalizados e outras que já vão estar na população geral com mais de 65 anos”, adiantou Berto Cabral, explicando que as ilhas mais populosas, São Miguel e Terceira, têm mais instituições.
Segundo o diretor regional da Saúde, não foi estabelecido um prazo para a conclusão da administração da dose de reforço aos mais vulneráveis, mas “idealmente” deverá decorrer antes de “uma época do ano que se prevê que possa ser mais crítica”.
“Não definimos uma data limite para o final deste processo. Queremos que ele decorra de forma rápida, até porque caminhamos para o inverno e para a época do Natal, onde há muito mais contactos entre as pessoas, à semelhança do que aconteceu no ano passado”, afirmou.
De acordo com o responsável, “importa que o maior número de pessoas tenha a sua dose de reforço antes desse período que se considera mais crítico”.
LUSA/HN
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