Rússia quer registo obrigatório de dados genéticos de migrantes das ex-repúblicas soviéticas

1 de Novembro 2021

O presidente do Comité de Investigação (CI) da Rússia, Alexander Bastrikin, propôs esta segunda-feira o registo obrigatório dos dados genéticos dos migrantes trabalhistas das antigas repúblicas soviéticas.

De acordo com a legislação em vigor, o registo obrigatório dos dados genéticos aplica-se apenas às pessoas condenadas a penas de prisão por crimes graves e a todos os tipos de crimes de natureza sexual.

“É necessário submeter ao registo obrigatório os dados genéticos de todos os migrantes trabalhistas que chegam à Rússia de um ambiente próximo”, um termo cunhado para designar as antigas repúblicas soviéticas, disse Bastrikin numa entrevista publicada hoje pela agência Interfax, citada pela agência espanhola Efe.

O Comité de Investigação é uma instituição judicial que depende diretamente do Presidente russo, Vladimir Putin.

Bastrikin indicou que as questões da imigração são reguladas por uma centena de normas, pelo que é necessário “codificar a legislação sobre migração”.

Salientou que os serviços fronteiriços e as forças de segurança devem aumentar a sua coordenação para levar a cabo um controlo mais eficaz dos processos de migração.

“Estas medidas vão reforçar o controlo destes processos e permitir colocar uma barreira adicional aos elementos criminosos e facilitarão a polícia a esclarecer os crimes que cometem”, acrescentou o presidente do Comité de Investigação.

A iniciativa de Bastrikin coincide com uma queda notável do número de migrantes que chegam ao país, um declínio causado pela pandemia de Covid-19.

De acordo com um estudo realizado por especialistas da Academia Russa de Economia e Administração Pública (Ranepa), no primeiro trimestre do ano o número de migrantes no trabalho diminuiu 30%.

Se em 2019 o número de trabalhadores estrangeiros na Rússia oscilava, dependendo do mês, entre 9,6 e 11,2 milhões, no ano passado os valores foram entre 7,1 e 10,3 milhões.

No final do passado mês de março, o Ministério da Construção russo indicou que havia um défice de 1,2 milhões de trabalhadores nas obras.

O vice-primeiro-ministro russo, Marat Jusnulin, alertou que a Rússia precisará de pelo menos cinco milhões de trabalhadores para o sector da construção até 2024.

LUSA/HN

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