OMS alerta para possível escassez em 2022 de um a dois mil milhões de seringas

10 de Novembro 2021

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na terça-feira para uma possível escassez, em 2022, de um a dois mil milhões de seringas devido aparentemente à excessiva procura causada pela campanha global de imunização contra a Covid-19.

Segundo a OMS, esta possível escassez pode atrasar os programas de vacinação de rotina contra outras doenças, em particular a inoculação de crianças.

“Há uma preocupação real: podemos ter uma escassez de seringas, o que, por sua vez, pode conduzir a sérios problemas, como a desaceleração dos esforços de vacinação”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a conselheira principal da OMS para o acesso a medicamentos e produtos de saúde, Lisa Hedman.

De acordo com a especialista, que exortou os países a aumentarem a sua capacidade de produção, o défice de seringas em 2022 “poderá ser de um a dois mil milhões”, podendo atrasar as vacinações de rotina e, deste modo, causar um impacto na saúde pública “por muitos anos” se uma geração de jovens não receber as vacinas infantis normais.

Uma outra consequência que poderá advir é a reutilização de seringas e agulhas que deveriam ser descartáveis.

Segundo a agência noticiosa francesa AFP, mais de 7,25 mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 foram administradas no mundo, quase o dobro de inoculações usuais realizadas anualmente, aumentando a necessidade de seringas. A capacidade de produção anual de seringas é de seis mil milhões de unidades.

As restrições comerciais que têm afetado outros produtos usados no combate à pandemia, além dos problemas de transporte de mercadorias, aumentam o receio de que as exportações de seringas diminuam.

A OMS teme que seringas e agulhas se tornem no novo símbolo da disparidade entre países ricos e países pobres, como o foram as vacinas contra a Covid-19 e os equipamentos de proteção pessoal, tais como luvas, máscaras e óculos.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Percursos Assistenciais Integrados: Uma Revolução na Saúde do Litoral Alentejano

A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano implementou um inovador projeto de percursos assistenciais integrados, visando melhorar o acompanhamento de doentes crónicos. Com recurso a tecnologia digital e equipas dedicadas, o projeto já demonstrou resultados significativos na redução de episódios de urgência e na melhoria da qualidade de vida dos utentes

Projeto Luzia: Revolucionando o Acesso à Oftalmologia nos Cuidados de Saúde Primários

O Dr. Sérgio Azevedo, Diretor do Serviço de Oftalmologia da ULS do Alto Minho, apresentou o projeto “Luzia” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa inovadora visa melhorar o acesso aos cuidados oftalmológicos, levando consultas especializadas aos centros de saúde e reduzindo significativamente as deslocações dos pacientes aos hospitais.

Inovação na Saúde: Centro de Controlo de Infeções na Região Norte Reduz Taxa de MRSA em 35%

O Eng. Lucas Ribeiro, Consultor/Gestor de Projetos na Administração Regional de Saúde do Norte, apresentou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde os resultados do projeto “Centro de Controlo de Infeção Associado a Cuidados de Saúde na Região Norte”. A iniciativa, que durou 24 meses, conseguiu reduzir significativamente a taxa de MRSA e melhorar a vigilância epidemiológica na região

Gestão Sustentável de Resíduos Hospitalares: A Revolução Verde no Bloco Operatório

A enfermeira Daniela Simão, do Hospital de Pulido Valente, da ULS de Santa Maria, em Lisboa, desenvolveu um projeto inovador de gestão de resíduos hospitalares no bloco operatório, visando reduzir o impacto ambiental e económico. A iniciativa, que já demonstra resultados significativos, foi apresentada na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, promovida pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar

Reformas na Saúde Pública: Desafios e Oportunidades Pós-Pandemia

O Professor André Peralta, Subdiretor Geral da Saúde, discursou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde sobre as reformas necessárias na saúde pública portuguesa e europeia após a pandemia de COVID-19. Destacou a importância de aproveitar o momento pós-crise para implementar mudanças graduais, a necessidade de alinhamento com as reformas europeias e os desafios enfrentados pela Direção-Geral da Saúde.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Via Verde para Necessidades de Saúde Especiais: Inovação na Saúde Escolar

Um dos projetos apresentado hoje a concurso na 17ª Edição do Prémio Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, foi o projeto Via Verde – Necessidades de Saúde Especiais (VVNSE), desenvolvido por Sérgio Sousa, Gestor Local do Programa de Saúde Escolar da ULS de Matosinhos e que surge como uma resposta inovadora aos desafios enfrentados na gestão e acompanhamento de alunos com necessidades de saúde especiais (NSE) no contexto escolar

Projeto Utente 360”: Revolução Digital na Saúde da Madeira

O Dr. Tiago Silva, Responsável da Unidade de Sistemas de Informação e Ciência de Dados do SESARAM, apresentou o inovador Projeto Utente 360” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas , uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH). Uma ideia revolucionária que visa integrar e otimizar a gestão de informações de saúde na Região Autónoma da Madeira, promovendo uma assistência médica mais eficiente e personalizada

MAIS LIDAS

Share This