Mais de sete em cada dez doentes ou familiares não sabem que a mutação BRCA2 aumenta o risco de cancro da próstata

16 de Novembro 2021

Os resultados de um inquérito realizado no âmbito da campanha "saBeR mais ContA" revela que apenas 24% dos doentes oncológicos ou familiares associam o cancro da próstata às mutações BRCA.  A iniciativa desmistifica a ideia de que as mutações genéticas BRCA estão apenas associadas a cancros tipicamente femininos e que sua hereditariedade está também apenas associada às mulheres.

No mês de alerta para a saúde masculina os especialistas alertam que os portadores de mutação no genes BRCA2 têm risco entre 20% a 25% superior de desenvolver cancro da próstata. Este tipo de cancro é o segundo tumor mais comum nos homens, afetando sobretudo aqueles em idade mais avançada.

Segundo o oncologista, André Mansinho, “em doentes portadores de mutação genética BRCA2, este tipo de tumor é geralmente diagnosticado “numa idade mais jovem e com doença mais agressiva”.

A referenciação para a pesquisa genética nos doentes com cancro da próstata acontece quando existe um caso de cancro da próstata, em qualquer idade, quando metastático, ou quando classificado como sendo de risco elevado a muito elevado.

No caso da pessoa saudável, a referenciação é feita quando esta tem idade superior a 18 anos e que tenha, na sua família, casos de cancro hereditário associado a estas mutações BRCA1 ou BRCA2. Se confirmada a presença de uma mutação, este indivíduo “deve ser seguido numa consulta de aconselhamento genético e realizar o plano de rastreio adaptado à sua idade e mutação da qual é portador. Apesar de não minimizar o risco de desenvolver a neoplasia, irá aumentar a probabilidade de ser diagnosticado numa fase precoce e maximizar a sua probabilidade de cura”, explica o especialista.

Esclarecer a população sobre estas questões, particularmente, doentes oncológicos e seus familiares é o principal objetivo da campanha “saBeR mais ContA”.

A campanha de sensibilização conta com a participação Careca Power, a Evita, a Europacolon, a MOG (Movimento Oncológico Ginecológico), a Sociedade Portuguesa de Genética Humana, da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Oncologia e a Sociedade Portuguesa de Senologia.

PR/HN/Vaishaly Camões

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