Câmara de Lisboa justifica fecho de centros de vacinação com “indisponibilidade” dos espaços

29 de Novembro 2021

A Câmara de Lisboa esclareceu esta segunda-feira que o encerramento de três centros de vacinação se deve à “indisponibilidade de cedência” dos espaços, referindo que alguns também não reuniam as melhores condições estruturais para assegurar a vacinação no inverno.

Questionado sobre o pedido dos vereadores do PS na autarquia para a suspensão do encerramento desses centros, por considerarem um “erro” a concentração da vacinação contra a Covid-19 num grande centro no Parque das Nações, o gabinete do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), afirmou que “o fundamental é garantir o aumento em 100% da capacidade de resposta da que existia até este momento”.

Tal passa pela abertura de “um grande centro” no Pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, que está previsto funcionar a partir de quarta-feira, em que “o objetivo foi antecipar problemas e criar condições para que seja possível permitir vacinar mais pessoas em menos tempo e em espaços adequadas de conforto para os utentes”, indicou o gabinete do social-democrata Carlos Moedas, em resposta escrita à agência Lusa.

Sobre o encerramento dos restantes centros de vacinação, com exceção do da Ajuda, designadamente Picadeiro (Príncipe Real), Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa (Areeiro) e Pavilhão 3 do Estádio Universitário de Lisboa, a decisão “foi feita, naturalmente, em conjunto e num trabalho articulado com a ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo] e motivada pela indisponibilidade de cedência de alguns destes locais que estavam a ser utilizados”.

O gabinete do presidente da Câmara de Lisboa referiu ainda que nalguns dos espaços também não estavam “reunidas as melhores condições estruturais para assegurar a vacinação de inverno”.

“A Câmara Municipal de Lisboa tudo tem feito, naturalmente na parte que lhe compete, ao nível logístico para encontrar as melhores soluções que ajudem a que o processo de vacinação corra da melhor forma”, reforçou o gabinete de Carlos Moedas.

Neste âmbito, o município de Lisboa continua a disponibilizar um serviço de transporte gratuito de táxi, que permite aos utentes deslocarem-se para os centros de vacinação.

Relativamente ao adiamento de agendamentos de vacinação para os três centros que encerraram em Lisboa, o gabinete de Carlos Moedas remeteu explicações para a ARSLVT, a quem a Lusa solicitou essa informação, aguardando ainda uma resposta.

No domingo, os vereadores do PS na Câmara de Lisboa classificaram como um “erro” concentrar a vacinação contra a Covid-19 num grande centro no Parque das Nações e encerrar quase todos os restantes, exceto um, pedindo a reversão da medida.

Os eleitos socialistas justificaram a sua oposição por a medida “descurar a proximidade” quando o processo vacinal está atualmente a inocular os “mais idosos e pessoas com maior dificuldade de locomoção”, inclusive porque “obriga os lisboetas mais idosos a terem de fazer pesadas e morosas deslocações para poder ser vacinados – incluindo viagens até 18 quilómetros”.

A medida teve ainda como consequência, sublinharam, o “adiamento, entre sete e 10 dias, da vacinação dos milhares de idosos que já tinham data agendada para o Estádio Universitário, Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa ou Picadeiro Real”.

“Os vereadores do Partido Socialista na CML solicitam que o presidente da autarquia suspenda o encerramento de unidades em funcionamento, principalmente do centro que funciona em instalações da própria autarquia no Areeiro, e considere a abertura urgente de uma nova unidade de vacinação no centro de Lisboa, ou de centros onde já foram vacinados milhares de pessoas, como o Centro Hindu no Lumiar, facilitando a deslocação e vida de milhares de lisboetas”, apelaram.

O novo centro de vacinação no Parque das Nações entra em funcionamento na quarta-feira, “com 60 postos e uma capacidade para realizar até 9 mil inoculações contra a covid-19 ou gripe por dia”, informou a autarquia, num comunicado divulgado na sexta-feira.

LUSA/HN

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