Aproveitando as resoluções de ano novo, a campanha “Deixe de Fumar e Respire de Alívio” pretende mostrar as alternativas e metodologias para a desabituação tabágica, lembrando que o tabaco é a principal causa de várias doenças, entre elas o cancro do pulmão, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.
“Todos os dias atuamos para ajudar os portugueses a tomarem decisões positivas em prol da sua saúde respiratória e esta campanha visa precisamente alertar e consciencializar para os seus malefícios. Aproveitando o início do ano, marcado por muitas resoluções, queremos incentivar os portugueses a escolher a sua saúde respiratória e pulmonar”, afirmou o presidente da FPP, José Alves.
O responsável sublinha que para diminuir a prevalência e a gravidade das doenças ligadas ao tabaco é preciso apostar no diagnóstico precoce e impedir a doença diminuindo a carga tabágica e, para isso, “é preciso convencer as pessoas deixarem de fumar”.
“Alertando-as, promovendo a decisão de deixar de fumar, porque quem deixa de fumar não deixa de um dia para o outro – deixar de fumar é muito difícil. (…) E a quem não consegue deixar de fumar, temos de dizer para fumarem cada vez menos”, disse o presidente da FPP, acrescentando: “esta campanha encara exatamente isso: as várias maneiras de deixar de fumar”.
Para os casos mais graves em que é preciso apoio médico, a FPP, através da sua plataforma, vai oferecer ajuda nos primeiros 100 contactos.
Além da consulta/apoio médico, a FPP vai disponibilizar também a realização de espirometria (exame para diagnosticar a DPOC), assim como pretende avançar com a reabilitação respiratória domiciliária.
“Há 2% dos doentes com DPOC a fazer reabilitação respiratória. E, no entanto, é tão importante quanto a terapêutica médica”, explicou José Alves, sublinhando que a plataforma permite ir a casa do doente.
O responsável sublinha que a DPOC é uma doença muito subdiagnosticada e estima que em Portugal haja entre 600.000 a 800.000 pessoas com DPOC, mas apenas 130.000 estão identificados nos centros de saúde. Destes, “nem metade tem espirometria feita”.
Segundo a fundação, a diminuição da prevalência do hábito tabágico tem como resultado individual uma maior qualidade e esperança de vida e, a nível coletivo, implica uma “diminuição importante” nos óbitos (a cada 50 minutos morre uma pessoa em Portugal por doenças atribuíveis ao tabaco) e nos internamentos.
A FPP defende ainda que a legislação deve impor regras mais apertadas e eficientes na lei antitabaco, bem como aumentar significativamente o preço do tabaco.
“São dois pontos fundamentais, porém, a ajuda clínica é complementar e a nossa obrigação, enquanto sociedade civil, é promover a decisão de parar de fumar”, considerou José Alves.
O último relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), apresentado no passado mês de dezembro, indicava que, em 2019, as doenças respiratórias terão representado uma perda económica de 3,5 mil milhões de euros.
Mais de metade desta perda estará associada ao valor dos anos de vida perdidos devido à mortalidade prematura e à perda da qualidade de vida destes doentes.
O documento lembra ainda que as doenças respiratórias são “uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em Portugal”.
Em 2018 – último ano em que existem dados – as doenças respiratórias foram responsáveis por 13.305 óbitos, o que representa uma média de 36 mortes/dia. A pneumonia foi responsável por 5.799 mortes (16/dia), o cancro do pulmão por 4.321 e a DPOC por 2.842 óbitos.
LUSA/HN
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