A primeira fase de um investimento de expansão do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospital Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, abriu hoje com a transferência de doentes para a nova área.
A unidade funcional do piso 6 deste departamento aumenta em oito o número de camas de nível 3 disponíveis, “camas capazes do máximo de cuidados de Medicina Intensiva”, mas, sobretudo, “aumenta a qualidade e a segurança do tratamento do doente”, adiantou à Lusa o diretor do serviço, José Artur Paiva.
Essa melhoria é possível “porque aumenta o espaço entre doentes e aumenta a qualidade do ambiente”, já que “passa a ser possível modelar as pressões do ambiente em que o doente está”.
Das 18 camas que são agora disponibilizadas, algumas delas que foram desafetadas de outras alas, seis são em quartos de isolamento pressurizados.
Essa resposta traz uma “enorme vantagem para a covid-19, mas também tem vantagens para outras infeções hospitalares”, que são “um problema significativo”, permitindo “proteger os doentes e os profissionais da aquisição e da transmissão de infeções”, destacou o intensivista.
“Passaremos a ser capazes de fazer, de forma muito clara, a utilização de pressão negativa na área covid-19, isto é, impedir, totalmente, a transmissão de vírus para fora dessa área, e aumentámos muito o número de quartos de isolamento”, acrescentou.
José Artur Paiva realçou ainda que “o Serviço de Medicina Intensiva do Hospital de São João é único na região em determinadas coisas, como doentes neurocríticos, com AVC grave ou traumatismo cranioencefálico grave, único na resposta ECMO – na resposta de circulação extracorporal – e é o hospital de maior casuística em termos de várias patologias, nomeadamente o trauma grave e até a covid-19”.
Considera, por isso, que “a valorização deste serviço tem impacto não só na população geograficamente dependente do hospital, mas numa região muito mais vasta”, porque “tem um posicionamento de polo de rede, de ‘pivot’ de rede, mas, mais do que ‘pivot’ de rede, acaba por responder aos doentes mais graves, mais críticos da região”.
Terminada a primeira fase, a segunda deverá estar concluída “dentro de dois, três meses”, adiantou o diretor do serviço.
“No final da intervenção, o Serviço de Medicina Intensiva estará dotado de 68 camas, todas com capacidade de nível máximo de cuidados”, esclareceu o hospital, em nota de imprensa enviada à Lusa.
A obra dotará a unidade de 10 quartos de isolamento pressurizados e permite a modulação de pressão (positiva, negativa ou neutra) nos ‘open-space’ assistenciais.
O hospital explica que “o aumento do número de quartos de isolamento reverso dá resposta à carência nacional destas estruturas, essenciais para acolher doentes críticos com necessidades especiais, nomeadamente imunodeprimidos e doentes com infeções respiratórias, como a covid-19 ou a tuberculose, reduzindo o risco de transmissão e de aquisição de infeções hospitalares e aumentando a segurança do doente e de profissionais”.
No total, serão investidos 6,5 milhões de euros neste serviço, sendo que cerca de metade do valor diz respeito à obra e a outra metade à aquisição de equipamentos.
LUSA/HN
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