Reguladores internacionais contra repetidas vacinas de reforço com intervalos curtos

21 de Janeiro 2022

Reguladores internacionais, incluindo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), manifestaram-se esta sexta-feira contra a administração de doses repetidas de reforço de vacinas contra a Covid-19 em intervalos curtos, pedindo uma “abordagem sustentável a longo prazo” para enfrentar a pandemia.

“Ao analisar possíveis abordagens de vacinação contra a Ómicron e outras variantes de vírus, os participantes na reunião concordaram que a administração de doses múltiplas de reforço em intervalos curtos não é uma abordagem sustentável a longo prazo”, informa a EMA em comunicado, após um encontro da Coligação Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (ICMRA).

No encontro promovido pela EMA e pela agência federal do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, os reguladores internacionais vincaram haver “necessidade de desenvolver uma estratégia a longo prazo sobre os tipos de vacinas necessárias para gerir a covid-19 no futuro”.

“Esta é uma discussão global em curso, que […] exigirá coordenação entre os decisores em matéria de saúde pública a todos os níveis”, refere a agência europeia.

A posição surge numa altura de elevado ressurgimento de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduz para já em elevadas taxas de internamento ou de morte.

A contribuir para o elevado número de casos, que batem máximos, está a elevada transmissibilidade da variante Ómicron do SARS-CoV-2.

Por esta altura, decorre também, em muitos países, a administração de doses de reforço do ciclo primário de vacinação contra a Covid-19 à população adulta, considerando os reguladores internacionais que “está a tornar-se cada vez mais claro que é necessária uma dose de reforço para alargar a proteção da vacina” contra a Ómicron.

“Os participantes concluíram que as vacinas atuais oferecem menos proteção contra infeções e doenças leves causadas por esta variante, porém, a vacinação continua a oferecer uma proteção considerável contra a hospitalização e covid-19 severa com a Ómicron, especialmente após uma dose de reforço”, defendem.

No que toca à atualização das vacinas contra a Covid-19, a coligação ICMRA encoraja “a comunidade científica internacional e os responsáveis pelo desenvolvimento de vacinas a analisarem abordagens alternativas às vacinas monovalentes”.

“Na opinião dos reguladores, as empresas devem também explorar a viabilidade de desenvolver vacinas bivalentes ou multivalentes para determinar se oferecem vantagens às vacinas monovalentes”, adiantam na nota de imprensa, pedindo estudos clínicos “para apoiar a utilização de uma nova vacina”.

A reunião em causa, realizada em 12 de janeiro e hoje divulgada, reuniu delegados representando 24 membros e 13 membros associados, bem como a Organização Mundial de Saúde.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

APDI dedica mês de maio à consciencialização para a Doença Inflamatória do Intestino (DII)

A APDI – Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, colite ulcerosa, doença de Crohn está a dedicar, mais uma vez, o mês de maio à consciencialização para a Doença Inflamatória do Intestino (DII) seguindo as indicações da EFFCA – Federação Europeia das  Associações de Doença de Crohn e Colite Ulcerosa que neste ano de 2024 escolheu como mote “A  DII não tem fronteiras”.

Nuno Jacinto: “A Medicina Geral e Familiar tem um papel central em todos os sistemas de saúde”

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) reforçou a importância da especialidade na promoção da saúde e prevenção da doença. No âmbito do Dia Mundial do Médico de Família, Nuno Jacinto falou ao HealthNews sobre os constragimentos que estes profissionais de saúde enfrentam e dos desafios que os cuidados de saúde primários enfrentam em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights