Câmara da Azambuja considera “insustentável” falta de médicos no concelho

22 de Janeiro 2022

A Câmara Municipal da Azambuja considerou na sexta-feira "insustentável" a "falta de médicos de família" neste concelho do distrito de Lisboa e anunciou que vai criar incentivos à fixação de clínicos.

O anúncio surge depois de a câmara ter confirmado, junto das autoridades de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo, que o coordenador do centro de saúde do concelho vai deixar o cargo e o município e que “já decorreram os dois concursos previstos para a colocação de médicos em Azambuja, mas aos quais nenhum médico se candidatou, mantendo-se as vagas abertas por preencher”, segundo um comunicado divulgado ontem pela autarquia.

“Constata-se, assim, que o problema da falta de médicos de família, além de não ter melhorado, até se agravou”, lê-se no mesmo comunicado, que tem como título: “Município de Azambuja solidário com a população face à insustentável falta de médicos de família no concelho”.

“Uma vez mais, a autarquia transmitiu aos responsáveis da ARS [Administração Regional de Saúde] o seu desagrado pela situação e insistiu na sua profunda preocupação face ao sucessivo atraso nas soluções para minimizar o problema”, segundo o mesmo comunicado, que se refere a uma reunião do presidente da autarquia, Silvino Lúcio (PS), com as autoridades de saúde.

A Câmara da Azambuja acrescentou que, “pela sua parte”, está empenhada “em contribuir para essas soluções e já está a trabalhar na criação de um regulamento de apoio à fixação de médicos no concelho, que se pretende que entre em vigor o mais rapidamente possível”.

“O documento definirá um conjunto de incentivos com os quais se pretende atrair mais profissionais e reverter a gritante falta de médicos de família que nos afeta”, acrescentou.

Em 24 de novembro passado, a tutela comprometeu-se a fazer “todos os esforços” para melhorar as condições de atendimento no centro de Saúde de Azambuja e para reforçar o número de médicos de famílias, segundo disse à agência Lusa naquele dia a comissão de utentes.

As garantias foram então dadas pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) ao movimento cívico “Pela Saúde em Azambuja”, que tinha solicitado uma reunião com o conselho diretivo daquela entidade para reivindicar mais médicos de família para o concelho e para exigir melhores condições de atendimento.

Uma das principais queixas dos utentes do concelho de Azambuja é a falta de médicos de família.

“Foi-nos dito que não há médicos e que será difícil que queiram fixar-se em Azambuja. O senhor presidente da ARS [Luís Pisco] disse que seria aberto um concurso já em janeiro e outro em junho. Para o imediato falaram na possibilidade de se encontrar médicos através das agências”, disse à Lusa, no mesmo dia, o porta-voz do movimento cívico “Pela Saúde em Azambuja”, Armando Martins.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This