“É um protocolo que tem uma bidirecionalidade interessante, porque, por um lado, é mais um reforço da nossa proximidade e interação com o IPO e, por outro, também reforça e de alguma forma diferencia uma área que é para nós muito qualificada, que é a medicina dentária, não apenas na perspetiva clínica, como também do ensino”, disse à agência Lusa Carlos Robalo Cordeiro, diretor da FMUC.
Destinado a alunos do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, este protocolo pretende recuperar uma parceria que, tendo sido estabelecida no início da criação do ensino de Medicina Dentária pela FMUC, durante muitos anos, permitiu que os alunos desenvolvessem rotações clínicas em vários serviços hospitalares, incluindo o IPO de Coimbra.
Carlos Robalo Cordeiro salientou o facto de todos os estudantes do 4.º e 5.º ano terem a possibilidade e oportunidade de acompanhar as atividades da área da estomatologia e da cirurgia maxilofacial em doentes com doença oncológica.
“Este protocolo vai ter uma relação bilateral, porque vai também, de alguma forma, permitir o acolhimento de profissionais do IPO para atividades diversas formativas no âmbito da nossa área da medicina dentária, não apenas clínica, mas na formação pós-graduada e, sobretudo, nas áreas de investigação”, frisou.
O diretor da FMUC mostrou-se convencido de que esta parceria “vai ser o princípio, e é isso que se pretende, da promoção de projetos de investigação comuns, porque há muita casuística na área da oncologia oral, num lado e no outro, num mais relacionado com o ensino, no outro obviamente com a assistência”.
“Há aqui muita partilha que pode ser aproveitada e o volume de informação cruzada vai promover um intercâmbio muito interessante na área da investigação”, sublinhou Carlos Robalo Cordeiro, considerando o IPO “um parceiro fundamental da Universidade, da Faculdade de Medicina e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no âmbito do centro académico e clínico”.
Para o docente e médico, o IPO de Coimbra terá um “papel importante na área da inovação e melhoria pedagógica, na medida em que abre portas a cerca de 80 alunos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, que vão acompanhar a atividade clínica de diagnóstico, tratamento e acompanhamento realizada pelos profissionais da especialidade de Estomatologia e de Cirurgia Maxilofacial”.
Mais vocacionado para a formação continua e pós-graduada, o protocolo irá ainda permitir a realização de ações de formação também no âmbito de cursos de estudos avançados da FMUC (mestrados e pós-graduações), em que a área da oncologia oral seja fundamental.
A parceria, segundo a FMUC, “vai no sentido de promover um melhor acesso dos cidadãos aos cuidados diferenciados disponibilizados por ambas as instituições, seja através da criação de canais otimizados de referenciação de pacientes ou do desenvolvimento de programas de prevenção e rastreio de cancro oral na população”.
“Com uma clara aposta na investigação, ambas as instituições assumem a vontade de levar a cabo projetos de investigação no âmbito epidemiológico (caracterização de perfis populacionais regionais), diagnóstico (estudo de técnicas inovadoras) e tratamento (estudos de eficácia)”, salientaram, em comunicado.
O protocolo tem a duração de cinco anos, renovável automaticamente por períodos de dois anos.
LUSA/HN
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