Abre portas primeira casa de acolhimento para doentes hemato-oncológicos adultos em Lisboa

Abre portas primeira casa de acolhimento para doentes hemato-oncológicos adultos em Lisboa

Citada em comunicado, o Presidente da APCL sublinha que a Casa Porto Seguro que é “com grande satisfação” que anunciam a abertura da primeira casa de acolhimento para doentes hemato-oncológicos em Lisboa.

“Agradecemos a todos os que contribuíram para a concretização deste ambicioso projeto. Estamos certos que fará a diferença na vida de muitos doentes, e familiares que os acompanham, numa fase particularmente vulnerável. Esperamos que este espaço seja um refúgio confortável e acolhedor para todos aqueles que por aqui passem”, acrescenta Manuel Abecasis.

A APCL frisa que o projeto “pretende permitir às famílias que, durante o período de tratamentos e isolamento necessário à recuperação, possam permanecer na casa e acompanhar o doente, proporcionando o carinho e o apoio presencial, essenciais à recuperação.”

A Casa Porto Seguro, composta por oito quartos, situa-se na Rua Dom Luís de Noronha, à Praça de Espanha, a Casa Porto Seguro foi recuperada a partir de um imóvel disponibilizado pela Câmara Municipal de Lisboa.

A localização, próxima do IPO de Lisboa e do Hospital de Santa Maria, facilitará o acesso aos doentes em tratamento nestes dois hospitais, mas estará igualmente disponível para receber doentes hemato-oncológicos do Hospital de Santo António dos Capuchos.

 O evento de inauguração decorrerá entre as 16h e as 19h, em Lisboa, com a presença de Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, e Ana Sofia Antunes, Secretária de Estado da Inclusão.

PR/HN/VC

Campanha “Todos pelo IPO” reúne 37 mil euros que serão utilizados para adquirir equipamento médico

Campanha “Todos pelo IPO” reúne 37 mil euros que serão utilizados para adquirir equipamento médico

A campanha, que encerra hoje, decorreu de setembro a dezembro de 2022 e contou com a colaboração de particulares e 265 empresas de todo o país e permitiu a recolha de 156 toneladas de pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados nos mais de nove mil pontos de recolha da rede Electrão e também em recolhas porta-a-porta de eletrodomésticos na Área Metropolitana de Lisboa, anunciaram o IPO e a Electrão em comunicado conjunto.

Foram recolhidas 12 toneladas de pilhas e baterias e 144 toneladas de equipamentos elétricos.

A associação promotora da reciclagem alerta para a necessidade de encaminhar os materiais elétricos para os devidos pontos de recolha, para evitar poluição do ar, solo e água e a libertação de compostos químicos que afetam a saúde humana.

“Ao dar as mãos ao IPO, no âmbito desta campanha, a Electrão reforça a sua missão que é também a de proteger a saúde pública”, disse, citado no comunicado, o presidente executivo da Eletrão, Pedro Nazareth.

A presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa, Eva Falcão, sublinhou a importância que esta campanha teve não só a nível de saúde pública e de consciencialização social, mas também no que toca à saúde dos doentes do IPO Lisboa.

“Ao converter as toneladas de resíduos recolhidas em dinheiro, que se traduzirá em equipamento médico, estamos a melhorar a vida de quem mais precisa: os doentes”, afirmou Eva Falcão.

LUSA/HN

Sindicato acusa IPO do Porto de pagar horas-extra em valores menores “ao que deveria”

Sindicato acusa IPO do Porto de pagar horas-extra em valores menores “ao que deveria”

Em resposta à Lusa, o IPO garantiu que “todo o trabalho extraordinário é remunerado” e que aguarda esclarecimento jurídico sobre o pagamento da majoração das horas-extra, previsto no novo regime publicado em julho.

Segundo o secretário regional do SIM Norte, Hugo Cadavez, “as horas-extra foram pagas ao abrigo deste regime [Decreto-Lei n.º 50-A/2022] em julho e agosto. Desde então não foram mais pagas ao abrigo deste regime. Foram feitos pagamentos ao abrigo das tabelas salariais da carreira médica. São valores muito inferiores”.

O Decreto-Lei n.º 50-A/2022, que estabelece o regime remuneratório do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência, foi aprovado em julho do ano passado.

Para o SIM, é este o regime que deve vigorar para o pagamento de horas-extra.

À Lusa, Hugo Cadavez disse que “o que circula é que o conselho de administração atingiu o teto salarial disponível”, uma justificação que o SIM contesta.

“Os médicos são alheios a essa situação que é o IPO do Porto com o Ministério da Saúde que têm de resolver”, disse o responsável do sindicato, revelando que foi enviado ao IPO do Porto “na semana passada” um ofício sobre esta e outras matérias “que ainda não teve resposta”.

O SIM também acusa o IPO do Porto de estar a pagar “incorretamente” a produção adicional interna.

Segundo Hugo Cavadez, “em vez de receberem à hora, os médicos estão a receber à peça”.

Já numa publicação feita pelo SIM no seu ‘site’, lê-se que “para além de não pagar corretamente o trabalho prestado, o IPO do Porto recusa ainda o direito a descanso compensatório por prestação de trabalho no regime de prevenção”.

“Apesar de o trabalho prestado no regime de prevenção conferir os mesmos direitos que o prestado em presença física, salvo no que concerne à remuneração, ou seja, apesar de dever considerar-se todo o tempo correspondente à obrigatoriedade de apresentação em virtude da prevenção, isto é, durante o qual o trabalhador médico está verdadeiramente na disponibilidade da entidade empregadora, com o correspondente direito a descanso compensatório”, alerta o sindicato.

A agência Lusa solicitou esclarecimentos ao IPO do Porto que garantiu que “todo o trabalho extraordinário é remunerado” e que, em relação à questão da majoração do pagamento de horas-extra, informou que já iniciou o pagamento em dezembro de 2022.

“A continuidade do pagamento da majoração das horas-extra carece de esclarecimento jurídico, pelo que se aguarda a sua clarificação a curto prazo. Salvaguarda-se, no entanto, que o pagamento base do trabalho extraordinário está assegurado e sem atraso”, lê-se na resposta enviada à Lusa.

Relativamente à forma de pagamento da produção adicional, o IPO do Porto afirmou que “a mesma é paga por episódio cirúrgico de acordo com o estipulado na Portaria nº 207/2017 de 11 de julho que aprova os regulamentos e as tabelas de preço das instituições e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde”.

Por fim, quanto ao gozo de descanso compensatório, este é, garantiu a instituição, “salvaguardado nos termos legalmente previstos”.

LUSA/HN

Com stress pós-traumático, mães de crianças que tiveram cancro reclamam ajuda

Com stress pós-traumático, mães de crianças que tiveram cancro reclamam ajuda

Flávia Silva entrou no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto em setembro de 2019 com a filha de 20 meses, e não se lembra de chorar durante os longos internamentos e tratamentos.

“Se me dissessem que tinha de ir para o coliseu lutar com um leão, eu estava lá sem medo nenhum. Temos a adrenalina no máximo”, conta à agência Lusa.

Cerca de três anos depois do diagnóstico – uma leucemia linfoblástica de tipo B – já em casa, em Braga, e enquanto a Teresinha, que entrou em fase de vigilância da doença, brincava na sala, chorou compulsivamente ao ver o pôr-do-sol, um episódio que teve de desconstruir com ajuda médica.

“Aquele pôr-do-sol trouxe-me um sentimento de solidão que não soube explicar. Soube mais tarde que me remeteu para os tempos do IPO quando, ao fim da tarde, o meu marido, a minha mãe, a minha irmã, iam embora. Mais um dia passado. A noite era só minha”, conta.

Mãe de uma menina agora com 5 anos, Flávia sofre de stress pós-traumático e não tem vergonha de o assumir. Mas sabe que nem todos os pais o fazem.

“A sociedade espera que façamos grandes jantaradas. Perguntam-nos se já voltamos ao trabalho ou para quando um segundo filho. Mas ativei um medo para a recidiva que me retirou a funcionalidade. A medicação ajuda, mas já passei cinco dias sem comer e sem comunicar com o meu marido. Demonstrei uma raiva fora do comum. Foi quando a minha psicóloga achou que estava na hora de subir de nível e passei para a psiquiatria”, descreve.

Do latim ‘recidivus’, uma recidiva significa, na terminologia ligada à medicina, o reaparecimento dos sintomas de uma doença que já tinha sido curada, uma recaída.

Já “stress pós-traumático” corresponde a uma perturbação mental que se pode desenvolver em resposta à exposição a um evento traumático, como os acidentes de viação, guerra, agressão sexual ou outro tipo de ameaças.

A coordenadora da Unidade de Psico-Oncologia do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Mónick Leal, junta as duas expressões numa só: “medo da recorrência”.

“Cria níveis de ansiedade muito elevados sempre que as pessoas têm de fazer um exame ou ir à consulta para ver como estão os exames. 99% das pessoas que passaram por situações traumáticas têm isto. E pais com filhos que tiveram cancro não são exceção”, refere.

Em entrevista à Lusa nas vésperas do Dia Internacional das Crianças com Cancro que se assinala quarta-feira, a psicóloga clínica explica que “a sensação de que a doença pode voltar a qualquer momento” faz com que as famílias “nunca se sintam seguras”.

“Qualquer tipo de sinal, dor, mancha, febre espoleta um alerta”, resume.

É por isto que Flávia pede, às vezes, ao marido para dar banho à filha. “Dou por mim a olhar para as pernas da Teresinha e vejo negras. Dou por mim a apalpar-lhe os gânglios. É uma fixação”, contou à Lusa.

Esta é uma sensação que Paula Vicente reconhece. A mãe da Leonor, agora com 10 anos, descobriu que a filha tinha uma leucemia linfoblástica aguda porque “teimou” que a menina apresentava tosse persistente e andava pálida.

“A Leonor tinha 6 anos. Descobrimos por uma situação corriqueira. Não havia nenhum indício que nos levasse a pensar em alguma coisa daquela natureza”, diz.

A primeira sirene soou. Seguiu-se um ano de tratamentos intensivos e um ano de manutenção e chegou a fase de vigilância que leva Leonor ao IPO de dois em dois meses.

Percorre os mais de 200 quilómetros entre Bragança e o Porto “com o coração nas mãos”. “E se tiver voltado?” – é a pergunta que soa sempre na cabeça de Paula, uma “sirene” que não quer que a filha ouça.

“Mas as crianças percebem tudo. Durante a doença, os pais e as crianças estão em modo de luta. Normalmente é quando tudo passa que demonstram mais dificuldades em lidar com os sentimentos e angústias”, analisa Mónick Leal.

A psicóloga reconhece esta e outras situações como “os desafios que as pessoas enfrentam depois dos tratamentos, no regresso à chamada vida normal”.

“Da mesma forma que as pessoas tiveram de se adaptar à doença e às suas novas rotinas e aos seus novos papéis, depois têm de se readaptar”, diz, lembrando que a LPCC tem consultas de psico-oncologia dedicadas a doentes e a familiares, mas “não quer nem se deve substituir ao Estado” onde a lacuna nesta área é “muito grande”.

Paula Vicente recorreu a ajuda psiquiátrica porque agora, quando a Leonor tem febre, as palavras “gripe” ou “amigdalite” não são as primeiras que lhe vêm à cabeça. Qualquer espirro é “um susto”.

“Tudo me faz ter medo. É difícil lançá-la ao mundo agora. É um querer muito dividido. É um querer que ela viva porque perdeu anos de infância, um querer que recupere tudo rápido e abrace o mundo de uma só vez, mas, ao mesmo tempo, há um medo que nos tolhe os movimentos e pensamos que é melhor fechá-la em casa”, conta.

Não o fez. Depois de um período de aulas com uma professora no domicílio ou de aulas ‘online’, a Leonor foi para a escola.

“E foi a melhor coisa que fiz. E eu voltei ao trabalho, mas o desmame é muito difícil e demorado. Demorei a voltar a ver-me em minha casa. A minha casa era a da Acreditar [no Porto, onde viveu durante um ano e onde passou o Natal de 2018] e o IPO”, acrescenta.

LUSA/HN

IPO Lisboa lança concurso público para projeto de arquitetura do novo edifício

IPO Lisboa lança concurso público para projeto de arquitetura do novo edifício

Com um valor estimado de dois milhões de euros, este projeto marcará o lançamento da operação de construção do edifício, num ano em que o IPO Lisboa vai celebrar o seu centenário. “É um passo expressivo e importante para permitir concretizar uma necessidade de vários anos, tanto de profissionais de saúde como de doentes. Estamos confiantes que o processo seguirá com normalidade e que 2023 seja um ano decisivo para se avançar para a realização desta obra”, afirma Eva Falcão, Presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa.

O novo edifício vai concentrar valências que se encontram distribuídas, atualmente, por vários espaços, com óbvios benefícios de partilha de recursos humanos e tecnológicos. Além das inúmeras vantagens para profissionais e doentes, melhor adequação da prestação de cuidados de saúde às necessidades e à crescente procura de cuidados especializados em oncologia, vai ainda facilitar a comunicação entre os diversos participantes nos processos assistenciais, de diagnóstico e de investigação e ensino.

A obra será projetada para ocupar uma área superior a 24 mil metros quadrados, do lado nascente no IPO Lisboa.

IPO/HN