23/05/2023
Citada em comunicado, o Presidente da APCL sublinha que a Casa Porto Seguro que é “com grande satisfação” que anunciam a abertura da primeira casa de acolhimento para doentes hemato-oncológicos em Lisboa.
“Agradecemos a todos os que contribuíram para a concretização deste ambicioso projeto. Estamos certos que fará a diferença na vida de muitos doentes, e familiares que os acompanham, numa fase particularmente vulnerável. Esperamos que este espaço seja um refúgio confortável e acolhedor para todos aqueles que por aqui passem”, acrescenta Manuel Abecasis.
A APCL frisa que o projeto “pretende permitir às famílias que, durante o período de tratamentos e isolamento necessário à recuperação, possam permanecer na casa e acompanhar o doente, proporcionando o carinho e o apoio presencial, essenciais à recuperação.”
A Casa Porto Seguro, composta por oito quartos, situa-se na Rua Dom Luís de Noronha, à Praça de Espanha, a Casa Porto Seguro foi recuperada a partir de um imóvel disponibilizado pela Câmara Municipal de Lisboa.
A localização, próxima do IPO de Lisboa e do Hospital de Santa Maria, facilitará o acesso aos doentes em tratamento nestes dois hospitais, mas estará igualmente disponível para receber doentes hemato-oncológicos do Hospital de Santo António dos Capuchos.
O evento de inauguração decorrerá entre as 16h e as 19h, em Lisboa, com a presença de Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, e Ana Sofia Antunes, Secretária de Estado da Inclusão.
PR/HN/VC
19/04/2023
A campanha, que encerra hoje, decorreu de setembro a dezembro de 2022 e contou com a colaboração de particulares e 265 empresas de todo o país e permitiu a recolha de 156 toneladas de pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados nos mais de nove mil pontos de recolha da rede Electrão e também em recolhas porta-a-porta de eletrodomésticos na Área Metropolitana de Lisboa, anunciaram o IPO e a Electrão em comunicado conjunto.
Foram recolhidas 12 toneladas de pilhas e baterias e 144 toneladas de equipamentos elétricos.
A associação promotora da reciclagem alerta para a necessidade de encaminhar os materiais elétricos para os devidos pontos de recolha, para evitar poluição do ar, solo e água e a libertação de compostos químicos que afetam a saúde humana.
“Ao dar as mãos ao IPO, no âmbito desta campanha, a Electrão reforça a sua missão que é também a de proteger a saúde pública”, disse, citado no comunicado, o presidente executivo da Eletrão, Pedro Nazareth.
A presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa, Eva Falcão, sublinhou a importância que esta campanha teve não só a nível de saúde pública e de consciencialização social, mas também no que toca à saúde dos doentes do IPO Lisboa.
“Ao converter as toneladas de resíduos recolhidas em dinheiro, que se traduzirá em equipamento médico, estamos a melhorar a vida de quem mais precisa: os doentes”, afirmou Eva Falcão.
LUSA/HN
27/02/2023
Em resposta à Lusa, o IPO garantiu que “todo o trabalho extraordinário é remunerado” e que aguarda esclarecimento jurídico sobre o pagamento da majoração das horas-extra, previsto no novo regime publicado em julho.
Segundo o secretário regional do SIM Norte, Hugo Cadavez, “as horas-extra foram pagas ao abrigo deste regime [Decreto-Lei n.º 50-A/2022] em julho e agosto. Desde então não foram mais pagas ao abrigo deste regime. Foram feitos pagamentos ao abrigo das tabelas salariais da carreira médica. São valores muito inferiores”.
O Decreto-Lei n.º 50-A/2022, que estabelece o regime remuneratório do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência, foi aprovado em julho do ano passado.
Para o SIM, é este o regime que deve vigorar para o pagamento de horas-extra.
À Lusa, Hugo Cadavez disse que “o que circula é que o conselho de administração atingiu o teto salarial disponível”, uma justificação que o SIM contesta.
“Os médicos são alheios a essa situação que é o IPO do Porto com o Ministério da Saúde que têm de resolver”, disse o responsável do sindicato, revelando que foi enviado ao IPO do Porto “na semana passada” um ofício sobre esta e outras matérias “que ainda não teve resposta”.
O SIM também acusa o IPO do Porto de estar a pagar “incorretamente” a produção adicional interna.
Segundo Hugo Cavadez, “em vez de receberem à hora, os médicos estão a receber à peça”.
Já numa publicação feita pelo SIM no seu ‘site’, lê-se que “para além de não pagar corretamente o trabalho prestado, o IPO do Porto recusa ainda o direito a descanso compensatório por prestação de trabalho no regime de prevenção”.
“Apesar de o trabalho prestado no regime de prevenção conferir os mesmos direitos que o prestado em presença física, salvo no que concerne à remuneração, ou seja, apesar de dever considerar-se todo o tempo correspondente à obrigatoriedade de apresentação em virtude da prevenção, isto é, durante o qual o trabalhador médico está verdadeiramente na disponibilidade da entidade empregadora, com o correspondente direito a descanso compensatório”, alerta o sindicato.
A agência Lusa solicitou esclarecimentos ao IPO do Porto que garantiu que “todo o trabalho extraordinário é remunerado” e que, em relação à questão da majoração do pagamento de horas-extra, informou que já iniciou o pagamento em dezembro de 2022.
“A continuidade do pagamento da majoração das horas-extra carece de esclarecimento jurídico, pelo que se aguarda a sua clarificação a curto prazo. Salvaguarda-se, no entanto, que o pagamento base do trabalho extraordinário está assegurado e sem atraso”, lê-se na resposta enviada à Lusa.
Relativamente à forma de pagamento da produção adicional, o IPO do Porto afirmou que “a mesma é paga por episódio cirúrgico de acordo com o estipulado na Portaria nº 207/2017 de 11 de julho que aprova os regulamentos e as tabelas de preço das instituições e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde”.
Por fim, quanto ao gozo de descanso compensatório, este é, garantiu a instituição, “salvaguardado nos termos legalmente previstos”.
LUSA/HN
12/02/2023
Flávia Silva entrou no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto em setembro de 2019 com a filha de 20 meses, e não se lembra de chorar durante os longos internamentos e tratamentos.
“Se me dissessem que tinha de ir para o coliseu lutar com um leão, eu estava lá sem medo nenhum. Temos a adrenalina no máximo”, conta à agência Lusa.
Cerca de três anos depois do diagnóstico – uma leucemia linfoblástica de tipo B – já em casa, em Braga, e enquanto a Teresinha, que entrou em fase de vigilância da doença, brincava na sala, chorou compulsivamente ao ver o pôr-do-sol, um episódio que teve de desconstruir com ajuda médica.
“Aquele pôr-do-sol trouxe-me um sentimento de solidão que não soube explicar. Soube mais tarde que me remeteu para os tempos do IPO quando, ao fim da tarde, o meu marido, a minha mãe, a minha irmã, iam embora. Mais um dia passado. A noite era só minha”, conta.
Mãe de uma menina agora com 5 anos, Flávia sofre de stress pós-traumático e não tem vergonha de o assumir. Mas sabe que nem todos os pais o fazem.
“A sociedade espera que façamos grandes jantaradas. Perguntam-nos se já voltamos ao trabalho ou para quando um segundo filho. Mas ativei um medo para a recidiva que me retirou a funcionalidade. A medicação ajuda, mas já passei cinco dias sem comer e sem comunicar com o meu marido. Demonstrei uma raiva fora do comum. Foi quando a minha psicóloga achou que estava na hora de subir de nível e passei para a psiquiatria”, descreve.
Do latim ‘recidivus’, uma recidiva significa, na terminologia ligada à medicina, o reaparecimento dos sintomas de uma doença que já tinha sido curada, uma recaída.
Já “stress pós-traumático” corresponde a uma perturbação mental que se pode desenvolver em resposta à exposição a um evento traumático, como os acidentes de viação, guerra, agressão sexual ou outro tipo de ameaças.
A coordenadora da Unidade de Psico-Oncologia do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Mónick Leal, junta as duas expressões numa só: “medo da recorrência”.
“Cria níveis de ansiedade muito elevados sempre que as pessoas têm de fazer um exame ou ir à consulta para ver como estão os exames. 99% das pessoas que passaram por situações traumáticas têm isto. E pais com filhos que tiveram cancro não são exceção”, refere.
Em entrevista à Lusa nas vésperas do Dia Internacional das Crianças com Cancro que se assinala quarta-feira, a psicóloga clínica explica que “a sensação de que a doença pode voltar a qualquer momento” faz com que as famílias “nunca se sintam seguras”.
“Qualquer tipo de sinal, dor, mancha, febre espoleta um alerta”, resume.
É por isto que Flávia pede, às vezes, ao marido para dar banho à filha. “Dou por mim a olhar para as pernas da Teresinha e vejo negras. Dou por mim a apalpar-lhe os gânglios. É uma fixação”, contou à Lusa.
Esta é uma sensação que Paula Vicente reconhece. A mãe da Leonor, agora com 10 anos, descobriu que a filha tinha uma leucemia linfoblástica aguda porque “teimou” que a menina apresentava tosse persistente e andava pálida.
“A Leonor tinha 6 anos. Descobrimos por uma situação corriqueira. Não havia nenhum indício que nos levasse a pensar em alguma coisa daquela natureza”, diz.
A primeira sirene soou. Seguiu-se um ano de tratamentos intensivos e um ano de manutenção e chegou a fase de vigilância que leva Leonor ao IPO de dois em dois meses.
Percorre os mais de 200 quilómetros entre Bragança e o Porto “com o coração nas mãos”. “E se tiver voltado?” – é a pergunta que soa sempre na cabeça de Paula, uma “sirene” que não quer que a filha ouça.
“Mas as crianças percebem tudo. Durante a doença, os pais e as crianças estão em modo de luta. Normalmente é quando tudo passa que demonstram mais dificuldades em lidar com os sentimentos e angústias”, analisa Mónick Leal.
A psicóloga reconhece esta e outras situações como “os desafios que as pessoas enfrentam depois dos tratamentos, no regresso à chamada vida normal”.
“Da mesma forma que as pessoas tiveram de se adaptar à doença e às suas novas rotinas e aos seus novos papéis, depois têm de se readaptar”, diz, lembrando que a LPCC tem consultas de psico-oncologia dedicadas a doentes e a familiares, mas “não quer nem se deve substituir ao Estado” onde a lacuna nesta área é “muito grande”.
Paula Vicente recorreu a ajuda psiquiátrica porque agora, quando a Leonor tem febre, as palavras “gripe” ou “amigdalite” não são as primeiras que lhe vêm à cabeça. Qualquer espirro é “um susto”.
“Tudo me faz ter medo. É difícil lançá-la ao mundo agora. É um querer muito dividido. É um querer que ela viva porque perdeu anos de infância, um querer que recupere tudo rápido e abrace o mundo de uma só vez, mas, ao mesmo tempo, há um medo que nos tolhe os movimentos e pensamos que é melhor fechá-la em casa”, conta.
Não o fez. Depois de um período de aulas com uma professora no domicílio ou de aulas ‘online’, a Leonor foi para a escola.
“E foi a melhor coisa que fiz. E eu voltei ao trabalho, mas o desmame é muito difícil e demorado. Demorei a voltar a ver-me em minha casa. A minha casa era a da Acreditar [no Porto, onde viveu durante um ano e onde passou o Natal de 2018] e o IPO”, acrescenta.
LUSA/HN
10/02/2023
Com um valor estimado de dois milhões de euros, este projeto marcará o lançamento da operação de construção do edifício, num ano em que o IPO Lisboa vai celebrar o seu centenário. “É um passo expressivo e importante para permitir concretizar uma necessidade de vários anos, tanto de profissionais de saúde como de doentes. Estamos confiantes que o processo seguirá com normalidade e que 2023 seja um ano decisivo para se avançar para a realização desta obra”, afirma Eva Falcão, Presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa.
O novo edifício vai concentrar valências que se encontram distribuídas, atualmente, por vários espaços, com óbvios benefícios de partilha de recursos humanos e tecnológicos. Além das inúmeras vantagens para profissionais e doentes, melhor adequação da prestação de cuidados de saúde às necessidades e à crescente procura de cuidados especializados em oncologia, vai ainda facilitar a comunicação entre os diversos participantes nos processos assistenciais, de diagnóstico e de investigação e ensino.
A obra será projetada para ocupar uma área superior a 24 mil metros quadrados, do lado nascente no IPO Lisboa.
IPO/HN