“As próximas semanas serão intensas nas decisões e nas negociações”, refere a coordenadora das comissões de trabalhadores em comunicado, sublinhando que, perante o atual contexto, “deve estar presente em todas as negociações um aumento salarial que tenha em consideração ganho efetivo de aumento salarial”.
Classificando de “marco importante” as informações veiculadas pela Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa da assinatura de um pré-acordo que será votado no final da semana, a coordenadora das comissões de trabalhadores do parque industrial afirma a importância de se tomar posição relativamente a um conjunto de matérias que passam pela melhoria das condições de trabalho e regalias sociais, pela manutenção do emprego e redução da precariedade ou ainda pela criação de mais e melhores postos de trabalhado.
“Perante estas condições e tendo em consideração que, sendo a Autoeuropa o barómetro para a maioria das empresas, principalmente as que dependem em exclusivo da sua produção, é importante que quaisquer que sejam os efeitos das suas decisões terão sempre repercussão na maioria dos trabalhadores”, refere o comunicado, hoje enviado às redações.
“Mantemos a nossa luta por um complexo industrial forte, com melhorias nas condições de trabalho e aumentos salariais”, refere o comunicado, salientando a importância, a par do referido pré-acordo, da informação sobre a vinda de um novo modelo para ser produzido na fábrica de Palmela.
Num plenário realizado no final da semana passada os trabalhadores da Autoeuropa discutiram um novo pré-acordo laboral que prevê aumentos salariais de 2% nos próximos dois anos, com um mínimo de 25 euros este ano e 30 euros em 2023.
Num comunicado divulgado antes desse plenário, a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa revelava que o novo pré-acordo laboral para vigorar em 2022 e 2023, alcançado na semana anterior, seria apreciado em diversas reuniões plenárias, estando a votação prevista para 24 e 25 de fevereiro.
A CT adiantava ainda que o pré-acordo laboral prevê a manutenção do quarto turno e a possibilidade de um máximo de 44 ‘down-days’ (dias de não produção, mas que são pagos na íntegra aos trabalhadores) face à previsível falta de semicondutores, que, no ano passado, obrigou a várias paragens de produção na fábrica de automóveis instalada no concelho de Palmela, distrito de Setúbal.
Para este ano, a Autoeuropa prevê produzir menos 53 mil veículos face à capacidade de produção instalada na fábrica de Palmela, não pela falta de encomendas, mas pela falta de semicondutores, situação que afeta toda a indústria automóvel desde o início da pandemia de Covid-19.
Apesar das dificuldades do mercado automóvel, o pré-acordo laboral da Autoeuropa não só garante aumentos salariais de 2% em 2022 e 2023, como também prevê a criação de mais um escalão – letra G –, que permite aos trabalhadores que já estão no topo de carreira (letra F) beneficiarem de mais um aumento de 2%.
Está ainda previsto que as duas pausas diárias de sete minutos passem para dez minutos, o que significa que os trabalhadores vão ter mais seis minutos diários de descanso durante o período de trabalho.
De acordo com a CT, no âmbito do pré-acordo, a fábrica de Palmela da Volkswagen também se compromete a repor os valores deduzidos do prémio por objetivos aos trabalhadores que estiveram de baixa por estarem infetados com o vírus da Covid-19 ou que ficaram em casa a acompanhar os filhos durante os períodos de encerramento das creches e das escolas.
LUSA/HN
0 Comments