Marcelo afirma que “há mais Portugal para além destes tempos” e pede “ambição de crescer mais”

11 de Março 2022

O Presidente da República afirmou esta sexta-feira que "há mais Portugal para além destes tempos" de guerra e pediu para não se desistir de pensar a médio e longo prazo, com "ambição de crescer mais".

Na sessão de abertura de uma conferência da Ordem dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso centrado em “três palavras”, que durou oito minutos: “Ambição, resistência e mobilização nacional”.

“Ambição nas metas, ambição de crescer mais, ambição de crescer mais duradouramente, ambição de mudar o que é preciso mudar de fundo para se crescer mais e mais duradouramente, ambição de partilhar mais e melhor o fruto do crescimento, ambição de crescer mais e mais duradouramente garantindo que o crescimento é desenvolvimento, porque com justiça social e porque com ambiental”, pediu.

O Presidente da República afirmou que “Portugal não acaba em março, nem em abril, nem em maio, nem em novembro, nem em dezembro de 2022 ou em 2023” e que “há mais Portugal para além destes tempos tão exigentes e mesmo dramáticos”.

“Que os encaremos com coragem e sem tibiezas, que os encaremos, porém, a pensar no que sobrará – e será muito, e será essencial – para além dele, sem nunca perdermos de vista o objetivo fundamental deste instante: que é o de, com firmeza, clareza e serenidade, abreviar a guerra”, apelou.

Marcelo Rebelo de Sousa identificou um “choque de efeitos” no “embate imediato” da invasão russa da Ucrânia, “a somarem-se aos sobrantes da pandemia” de Covid-19, “a avolumarem inflação, a pressionarem para um difuso sentido de estagnação relativa, a descompensarem pessoas e a desestruturarem instituições, comunidades, a própria ordem internacional”.

No seu entender, é preciso resistir ao “choque de efeitos”, mas de modo a que “a ambição não tarde mais, não perca o seu tempo, não seja novamente um sonho frustrado, uma aspiração adiada”.

O Presidente da República exortou à “mobilização nacional para resistir no mais urgente do urgente e para ambicionar o mais necessário do necessário”, capaz de “aguentar mais estas provações” e “acolher mais estes injustiçados pelo destino”, mas sem “desistir do futuro por causa dos choques do presente”.

Há que “ver para além desses choques, dessas incertezas, dessas imprevisibilidades” e enfrentar esta conjuntura “nunca trocando o médio longo prazo pelo dia a dia, sem nunca deixar de fazer o melhor no dia a dia para ser possível o médio e o longo prazo”, reforçou.

LUSA/HN

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