S&P500 fecha sessão de Wall Street em nível recorde e anula perdas da pandemia

19 de Agosto 2020

Este emblemático índice da praça financeira, que representa as 500 maiores empresas cotadas em Wall Street, avançou 0,23%, para os 3.389,78 pontos, acima do máximo histórico que tinha fixado em 19 de fevereiro.

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje com o índice alargado S&P500 em nível recorde, o que permitiu anular completamente as perdas que sofreu desde a propagação da pandemia nos EUA.

Mas, no percurso que o trouxe ao dia de hoje, o S&P500 desvalorizou mais de 30% entre este dia e 23 de março.

As medidas severas de restrição impostas por alguns estados perante o avanço galopante do novo coronavírus em algumas zonas dos EUA, como Nova Iorque, fizeram recear uma queda abissal da atividade económica e dos lucros das empresas e uma subida fortíssima do desemprego.

Mas, entretanto, uma série de medidas negociadas no Congresso de apoio às famílias, às empresas e às autarquias permitiram limitar parte do desgaste.

Ao mesmo tempo, o banco central dos EUA injetou biliões de dólares nos mercados, para garantir o seu funcionamento e uma fonte fiável de financiamento às empresas.

O S&P500, à semelhança dos outros índices, rapidamente recuperou o terreno perdido.

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq tinha regressado em junho ao nível anterior à crise sanitária.

Em particular, as empresas integrantes deste índice beneficiaram com o confinamento, como as especializadas no comércio eletrónico, na informática ou no entretimento em linha.

Hoje, este índice voltou a valorizar – 0,73%, para 11.210,84 pontos –, graças à subida das ações de conglomerados como Amazon (4,1%), Alphabet, que é a ‘holding’ da Google (2,7%), ou Netflix (2,0%).

O terceiro índice mais representativo da praça, o Dow Jones Industrial Average, onde estão as empresas dos setores ditos cíclicos, que dependem mais atividade económica, ainda não se aproximaram do nível recorde pré-pandemia.

Hoje, o Dow recuou 0,24%, para as 27.778,07 unidades.

Não obstante, o indicador económico do dia foi positivo: o lançamento da construção de casas aumentou 23% em julho em relação a junho.

Outro sinal positivo veio, de forma intermédia, do estado financeiro das famílias norte-americanas. Graças a consumidores com poder de compra apoiado, resultante dos acordos no Congresso, que, retidos em casa, compraram mais alimentação e produtos de diversão e se lançaram no ‘bricolage’, a cadeia de supermercados Walmart e marca de ‘bricolage’ e material da casa Home Depot apresentaram resultados trimestrais acima do previsto.

Em todo o caso, realçaram os analistas da Charles Schab, “os grandes títulos os EUA continuam dominados pelas tensões elevadas entre os EUA e a China, o impasse no Congresso sobre um novo conjunto de medidas de apoio à economia e aos receios ligados à covid-19”.

NR/HN/LUSA

 

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