Pita Barros diz que guerra exige novas prioridades para a ação governativa e um novo Orçamento do Estado

28 de Março 2022

O economista considera incontornável a mudança de prioridades no orçamento do Estado que o novo Governo tem de apresentar para este ano. Segundo Pita Barros a guerra na Ucrânia irá ter impacto na economia portuguesa, alertando para decisões políticas “importantes” e decisivas.

No seu habitual espaço de comentário “Momentos Economicos e Não Só”, o especialista adverte que a invasão russa mudou o cenário político e económico no espaço Europeu. “Não foram apenas as condições económicas globais que se alteraram de forma importante. Também o papel da União Europeia como um bloco de países que decide em conjunto mudou”, admite.

Pedro Pita Barros aponta para vários “choques”, nomeadamente o “choque de aumento dos custos de energia”, “que fará subir muitos preços de forma permanente”; o “choque de refugiados” na União Europeia e o “choque de apoio à Ucrânia”, “seja agora em termos de ajuda humanitária e de apoio, quer seja, muito provavelmente, mais tarde para o esforço de reconstrução das infraestruturas do país, produtivas e de habitação.”

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia vai implicar que os líderes políticos tomem “decisões importantes” com impacto nas economias. “Nos próximos tempos, decisões importantes que afetarão a economia portuguesa irão ser tomadas coletivamente como União Europeia”, pois trata-se de um “choque permanente em toda a Europa”.

Assim, Pita Barros frisa que “as medidas de apoio económico não vão poder ser as mesmas. Os objetivos que lhes vão estar subjacentes vão ser diferentes”.

“O contexto para a decisão política é muito diferente, e vai exigir novas prioridades para a ação governativa e um novo Orçamento do Estado. Essas novas prioridades vão implicar escolhas. Não vai ser possível voltar a que era a economia pré-pandemia e tentar fazê-lo irá ser pior para toda a economia portuguesa a breve prazo”, lê-se ainda no seu blog.

Para o economista “escolhas económicas que se aproximam não vão ser simples nem evidentes” e “não o fazer já no orçamento do Estado que o novo Governo irá apresentar significa apenas criar a necessidade de um orçamento retificativo daqui a uns meses.”

HN/Vaishaly Camões

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