Mais de cinco milhões de portugueses têm seguro privado ou um subsistema de saúde

6 de Abril 2022

Mais de cinco milhões de portugueses têm seguro privado ou um subsistema de saúde, avançou esta terça-feira o presidente da Associação de Hospitalização Privada, sublinhando que os hospitais privados são “a principal porta de entrada” para cada vez mais portugueses.

“Há um número muito significativo de portugueses que pode aceder de uma forma mais direta aos hospitais privados”, disse Óscar Gaspar em conferência de imprensa, exemplificando com o número de pessoas que têm seguro privado de saúde, que já ultrapassam os 3,3 milhões, e subsistemas de saúde como a ADSE.

Na conferência, em que fez um balanço da atividade dos hospitais privados em 2021, Óscar Gaspar adiantou que os 129 hospitais privados em Portugal foram responsáveis por 8.286.932 consultas, 995.148 episódios de urgência e 222 mil grandes e médias cirurgias.

Isto traduziu-se em mais 30% de consultas de especialidade em 2021, mais 18% de urgências e mais 25% de cirurgias, salientou, comentando que estes números comprovam que os utentes “se têm servido dos hospitais privados como a sua principal porta de entrada e como a primeira opção no tratamento das suas necessidades de saúde”.

Óscar Gaspar disse que estes números “são muito significativos”, no entanto, “não são normais”.

“Tem a ver com o facto de estarmos a sair da crise pandémica, e a sair de forma robusta, e também tem a ver com o facto de termos mais de 50% dos portugueses com uma segunda cobertura de saúde”, declarou.

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), a “grande fatia” da atividade dos hospitais privados são as pessoas que têm um seguro de saúde.

“Cada vez temos uma atividade menos ligada ao Estado, seja o Ministério da Saúde, ou seja, os subsistemas públicos de saúde”, disse, exemplificando que a ADSE hoje representa menos de 15% da atividade total dos hospitais privados.

O responsável disse que os privados pretendem continuar a investir em novas unidades, mas queixou-se de “constrangimentos de âmbito legal, regulamentar, que de alguma forma têm impedido” mais investimentos, por exemplo, em termos de equipamentos médicos pesados, necessários para fazer exames.

Mas, frisou, o objetivo é continuar “a investir e a dotar o país de mais capacidade em termos de respostas de saúde”.

“Se nós nos posicionamos e queremos posicionar de facto como um pilar absolutamente essencial no sistema de saúde, temos que fazer os investimentos necessários”, sustentou.

Essa aposta tem sido feita em edificado, mas também em termos de equipamentos, de capacitação técnica e científica. “Por isso. também me apraz cada vez mais termos conseguido atrair e reter talentos na área médica, também na área da enfermagem e noutras áreas da saúde e este é um desafio grande para toda a saúde e também para os hospitais privados”, afirmou.

Contudo, disse que há uma “absoluta necessidade” de recursos humanos em Portugal, mas também noutros países.

“Em todas as reuniões internacionais em que tenho participado (…) é muito claro que no centro da Europa, na Alemanha, em França Itália e na Polónia, a grande preocupação neste momento são recursos humanos na saúde”, sublinhou.

LUSA/HN

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