Esta apreciação foi transmitida pelo general José Nunes da Fonseca no discurso que proferiu no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, no início da cerimónia de partida da força nacional de 222 militares para a Roménia, numa missão no âmbito da NATO e no contexto do agravamento da segurança no leste da Europa em consequência da invasão militar russa da Ucrânia.
A primeira força destacada nacional para a Roménia foi constituída tendo como base a Companhia de Atiradores Mecanizada de Rodas – unidade do encargo operacional da Brigada de Intervenção do Exército.
Perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, o general José Nunes da Fonseca advogou que esta missão “representa um atestado de confiança e um incentivo acrescido” para o Exército.
De acordo com o chefe do Estado-Maior do Exército, a mobilização e treino desta força, “conjunturalmente céleres, pautaram-se pelos mais rigorosos padrões de pragmatismo e exigência”.
“Todos os militares que a integram encontram-se aptos a enfrentar multifacetados e previsíveis desafios”, assegurou.
O general José Nunes da Fonseca referiu-se também aos recursos materiais que foram disponibilizados aos militares desta força destacada para a Roménia.
“Estão equipados com os melhores meios de que as Forças Armadas dispõem. Poderão operar com modernos sistemas de armas, os quais irão conferir segurança, incutir firmeza e credibilizar o desempenho nas mais variadas circunstâncias”, assinalou.
O chefe do Estado-Maior do Exército defendeu que os militares portugueses “têm sabido cumprir, com inegável reconhecimento público, as missões de que são incumbidos”.
“Esta força marcará presença importante e dissuasora na Roménia, país amigo e aliado no contexto da atual crise de segurança que persiste no leste europeu. Através das suas Forças Armadas, Portugal contribui assim para o reforço da coesão e da natureza identitária da Aliança Atlântica, salvaguardando a solidariedade e os interesses coletivos que lhe são inerentes”, acrescentou.
O contingente partiu para a Roménia – país fronteiriço com a Ucrânia – ao abrigo da missão ‘Tailored Forward Presence’ da NATO que visa contribuir “para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste”.
O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 já previa o envio para a Roménia de um contingente de militares no segundo semestre do ano, tal como aconteceu em 2021, contudo, este calendário foi antecipado, numa altura de conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
No passado dia 08, no Regimento de Infantaria (RI) 14, em Viseu, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, realçou o “reduzido tempo” em que foi aprontada a primeira força nacional destacada para a Roménia.
Em 22 de março, no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância (Santarém) no final de uma demonstração tática da Companhia do Exército que vai partir agora para a Roménia, o primeiro-ministro, António Costa, reiterou que os militares portugueses não vão atuar na Ucrânia.
“Perante a atual agressão da Rússia à Ucrânia, a NATO entendeu reforçar a sua presença na frente Leste e criar novos grupos de combate, designadamente na Roménia, e Portugal vai como sempre responder presente àquilo que nos é solicitado, que é empenhar os nossos meios, as nossas forças, na capacidade de reforçar a dissuasão para defender a paz no território da NATO”, disse António Costa.
No dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu de urgência e deu parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO e previa a antecipação do envio de militares portugueses para a Roménia.
LUSA/HN
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