Autarcas do Médio Tejo lamentam ausência de medidas para travar degradação de cuidados saúde primários

16 de Maio 2022

Os autarcas do Médio Tejo lamentam a ausência de medidas que travem a degradação da prestação de cuidados de saúde primários na região, a qual, afirmam, ao contrário do prometido, se tende a agravar.

Em comunicado divulgado hoje, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) afirma que “há muito” que os responsáveis pela Saúde sabiam da existência de médicos de família próximos da aposentação, o que irá agravar uma situação para a qual têm vindo a alertar, sem que tenha sido acautelada atempadamente.

“Neste contexto, os autarcas do Médio Tejo apelam a que rapidamente sejam tomadas medidas extraordinárias que alterem o rumo de degradação e ineficácia de resposta da Rede de Cuidados de Saúde Primários” na região, lê-se na nota.

A CIMT lembra que a “preocupação pelas percentagens elevadas de população sem médico de família, e sem capacidade de resposta por parte dos serviços de saúde”, tem vindo a ser manifestada, tanto por autarcas individualmente como a nível intermunicipal, junto do Governo e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

Em particular, refere o alerta sobre a “ausência de planeamento” manifestada em reunião realizada, no dia 31 de março, com responsáveis da ARSLVT, da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo e da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

“Nesta mesma reunião foi garantido pelo representante da ACSS que seriam lançados no mês de abril novos concursos e que o Médio Tejo seria considerado”, acrescenta.

Segundo o comunicado, não só a situação não se resolveu, como “nas últimas semanas tende a agravar-se com a aposentação de mais médicos de família que estavam ao serviço no Médio Tejo”.

“Certo é que, já há muito, se sabia por parte das entidades competentes que estes médicos se aproximavam da idade da reforma, devendo nessa altura serem acauteladas todas estas situações”, frisa.

Os autarcas dos 13 concelhos abrangidos pela CIMT apelam para que “rapidamente sejam tomadas medidas extraordinárias que alterem o rumo de degradação e ineficácia de resposta da Rede de Cuidados de Saúde Primários no Médio Tejo”, tendo solicitado uma audiência à ministra da Saúde, Marta Temido.

Na passada quinta-feira, o presidente da Câmara de Alcanena disse à Lusa que a situação do centro de saúde do concelho é “absolutamente dramática”, com 63% da população sem médico de família, lamentando a incapacidade das autoridades da Saúde de anteciparem uma situação que era expectável.

Questionada pela Lusa, a ARSLVT disse estar a aguardar a abertura do concurso nacional de ingresso na carreira especial médica, Medicina Geral e Familiar.

No comunicado, a CIMT salienta que os cuidados de saúde primária “constituem um elemento central do Serviço Nacional de Saúde com importantíssimas funções de promoção da saúde e prevenção da doença, prestação de cuidados de saúde, e no acompanhamento e proximidade às populações”.

A CIMT integra os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha (todos do distrito de Santarém) e Sertã e Vila de Rei (ambos do distrito de Castelo Branco), contando com uma população residente 247.330 pessoas.

LUSA/HN

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