Roque da Cunha falava à Lusa antes de participar numa reunião convocada pela ministra da Saúde, Marta Temido, que hoje mantem durante o dia de hoje várias reuniões com entidades do setor, na sequência do encerramento das urgências de Ginecologia e Obstetrícia em alguns hospitais na região de Lisboa.
O dirigente sindical afirmou registar que “finalmente o Ministério da Saúde reconheceu que tem um problema sério”.
“Depois de vários meses a dizer que tinha contratado milhares de médicos, de serem situações pontuais, de serem baixas, de serem médicos cansados, de serem constrangimentos pontuais, reconhece finalmente pela pior maneira que os avisos e os alertas que o Sindicato Independente dos Médicos têm feito nos últimos meses têm sentido”, declarou.
Roque da Cunha disse que defendeu que a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde e a incapacidade em fixar médicos é um “problema sério”.
“A falta de profissionais é evidente dado o subinvestimento no setor de prestadores de serviço que, aliás, foi reafirmado pelo Tribunal de Contas há cerca de 15 dias, e a aposta que o Governo fez na contratação de prestadores de serviço verificou-se inadequada como sucessivamente temos alertado”, salientou.
O dirigente sindical avisou que “não é possível pedir mais trabalho aos médicos do SNS”, que durante o ano passado efetuaram 8 milhões de horas extra e muitos médicos ultrapassaram as 500 horas, o que representa mais de 60 dias úteis de trabalho.
Por isso, apelou, “é essencial que o Ministério da Saúde assuma que tem de contratar médicos” e rever os salários dos médicos, que auferem líquidos mensalmente 1.800 euros.
Relativamente à situação nos hospitais, Roque da Cunha disse que os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, o de Setúbal e do Barreiro continuam em contingência.
LUSA/HN
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