Na carta aberta, as organizações manifestam-se preocupadas com a possibilidade de a corrupção desviar do continente fundos existentes para financiar a recuperação pós-pandemia, nomeadamente em áreas como a alimentação ou a saúde.
“Este é um momento crítico para a região africana e o seu povo. Se a corrupção não for tratada com urgência, bloqueará os esforços de reconstrução após a devastadora pandemia e as esperanças da região de traçar um caminho para um futuro mais forte”, disse Rueben Lifuka, vice-presidente da Transparência Internacional, num comunicado da organização.
“Dimensionar os fundos de recuperação da covid-19 e impedir que milhares de milhões de dólares saiam ilegalmente da região por meios ilícitos devem ser as principais questões para todos os líderes”, alertou Lifuka.
Segundo a carta, o impacto da corrupção na gestão da pandemia, incluindo os recursos necessários, vacinas e pessoal, “é visível e não pode ser ignorado, dado o seu efeito sobre os mais vulneráveis, pobres e marginalizados”.
A carta recorda que África é a região mais afetada por saídas financeiras ilícitas e que dezenas de milhares de milhões de dólares são desviados todos os anos do continente em fundos ilícitos, dinheiro que poderia ser investido em serviços públicos essenciais para os africanos.
Apesar de a Convenção da União Africana para a Prevenção e Combate à Corrupção estar ratificada por praticamente todos os 54 Estados-membros, as secções africanas da Transparência Internacional alertam que este documento pouco se traduz em ação ao nível nacional.
LUSA/HN
0 Comments