Despesas das famílias diminuíram 15% no segundo trimestre

31 de Agosto 2020

As despesas das famílias residentes em Portugal diminuíram 15% no segundo trimestre do ano relativamente ao mesmo período de 2019, devido sobretudo à quebra na compra de bens duradouros, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo as Contas Nacionais Trimestrais divulgadas hoje pelo INE, a despesa de consumo final das famílias residentes diminuiu 15% no segundo trimestre, após uma redução de 1,0% no trimestre anterior, sendo que a despesa em bens duradouros diminuiu 27,6%, “refletindo principalmente uma quebra abrupta das aquisições de veículos automóveis”.

“A componente de bens não duradouros e serviços também diminuiu de forma expressiva, passando de uma taxa de variação homóloga de -0,6% no 1º trimestre para -13,6%, verificando-se, no entanto, um crescimento mais acentuado na componente de bens alimentares no 1.º e 2.º trimestre”, pode ainda ler-se no documento do INE.

Já em relação ao primeiro trimestre, o consumo das famílias diminuiu 14%, “verificando-se uma variação em cadeia de -23,8% das despesas em bens duradouros (sobretudo de veículos automóveis), tendo as despesas em bens não duradouros e serviços diminuído 13,0% (taxas de -8,4% e -2,3% no 1º trimestre, respetivamente)”.

“O consumo privado no território económico, refletindo a expressiva redução da despesa efetuada por não residentes, registou uma taxa de variação homóloga de -21,7% no 2º trimestre de 2020, após uma redução de -2,1% no trimestre anterior”, de acordo com a nota do INE conhecida hoje.

O INE confirmou que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre foi de 16,3% em termos homólogos e de 13,9% em cadeia, de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais hoje divulgadas.

“No 2.º trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma taxa de variação homóloga de -16,3% em volume, após a redução de 2,3% no trimestre anterior. A forte contração da atividade económica refletiu o impacto da pandemia Covid-19 que se fez sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre”, pode ler-se nas Contas Nacionais Trimestrais hoje divulgadas.

Já face ao primeiro trimestre do ano, a diminuição de 13,9% é explicada “principalmente pelo contributo negativo (-10,7 pontos percentuais) da procura interna, verificando-se igualmente um maior contributo negativo da procura externa líquida (-3,1 pontos percentuais)”.

Os números hoje conhecidos seguem-se às duas anteriores estimativas divulgadas pelo INE. A primeira, no dia 31 de julho, apontava para uma queda de 16,5% em termos homólogos e 14,1% em cadeia, e a segunda, de 14 de agosto, duas décimas abaixo, é igual à divulgada hoje.

LUSA/HN

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