O papel do internista na Insuficiência Cardíaca

5 de Outubro 2022

Especial 28° Congresso Nacional de Medicina Interna

A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma entidade clínica muito prevalente em Portugal, especialmente nas populações mais idosas e, por esse motivo, uma realidade bem conhecida pelos internistas em múltiplos contextos. A mesa-redonda “A Insuficiência Cardíaca Revisada” do 28.º Congresso da SPMI debruçou-se sobre este problema e a sua devida importância para o debate público.

Irene Marques vê este congresso como uma oportunidade para a partilha ativa de ciência e experiência dos internistas portugueses. Como tal, o seu objetivo foi “abordar os critérios e etapas fundamentais para estabelecer o diagnóstico da síndrome IC e da etiologia subjacente, seja em contexto de IC crónica, seja em fase de IC aguda ou descompensada, e também “dar a conhecer a utilidade de alguns exames na identificação de etiologias específicas”.

Já Pedro Morais Sarmento recorda que a IC tem sido alvo de importantes progressos, seja na definição, classificação, diagnóstico ou até mesmo no campo da terapêutica. No seu caso, é dado um novo olhar sob o tratamento e associação de fármacos nesta patologia, que é a principal causa de internamento médico nos adultos com mais de 65 anos. “A terapêutica da IC, com fração reduzida ou preservada, foi redefinida à luz dos resultados dos últimos ensaios clínicos. Na IC com FE [fração de ejeção] reduzida, a introdução conjunta de quatro grupos farmacológicos distintos veio reduzir significativamente a morbimortalidade da síndrome. Como otimizar este regime terapêutico tem sido tema de grande debate nos últimos meses e múltiplas estratégias têm sido sugeridas”.

Por outro lado, verificou o potencial da iniciativa da SPMI no âmbito do networking. “Promover o networking entre os internistas portugueses é essencial para que se possam delinear estratégias para melhorar a Medicina Interna em Portugal e podermos melhorar os cuidados de saúde prestados aos nossos doentes”.

O papel do internista referido pelos convidados é reforçado fortemente na intervenção de Inês Araújo, que ambicionou atualizar o tema e impactar positivamente a atividade clínica a nível nacional. “Todo o internista deverá saber diagnosticar e tratar a IC de acordo com as mais recentes recomendações, com vista a melhorar o prognóstico dos doentes e também reduzir os gastos na Saúde com o manejo da síndrome, preocupação esta que está na ordem do dia”. Por este motivo, foi sublinhada a importância de um diagnóstico célere e adequado no processo, “a utilização da terapêutica diurética e a relevância de se conseguir uma descongestão eficaz do doente”. Por fim, foram mencionados os “quatro pilares modificadores de prognóstico em contexto de internamento e outro estudo recente na correção da ferropenia também em internamento”.

28º CNMI/HN

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