Boletim da gripe passou a incluir dados da Rede de Vigilância de Vírus Sincicial Respiratório

14 de Outubro 2022

O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe e outros Vírus Respiratórios passou a incluir dados da Rede de Vigilância de Vírus Sincicial Respiratório, um vírus que afeta sobretudo crianças até aos dois anos, anunciou esta sexta-feira o INSA.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) adianta numa nota publicada no ‘site’ que este boletim passou a incluir, na época 2022/2023, uma secção com resultados da Rede de Vigilância de Vírus Sincicial Respiratório (VigiRSV).

Os dados do boletim, divulgado na quinta-feira, indicam que na semana de 03 a 09 de outubro, foram reportadas pelos hospitais três infeções por vírus sincicial respiratório, que é muito frequente e é responsável pela bronquiolite e a pneumonia, constituindo uma das principais causas de internamento hospitalar abaixo dos dois anos.

INSA ressalva que estes dados são provisórios e serão atualizados nas próximas semanas, pelo que devem ser interpretados com cautela e tendo em conta a tendência das semanas anteriores.

Desde o início de outubro de 2021, foram reportados 244 casos de internamento por VSR, sendo que cerca de 43% dos casos tinham menos de três meses de idade, 16% ocorreram em bebés pré-termo e 14% tinham baixo peso ao nascer.

Relativamente a critérios de gravidade, 11 % foram internados em Unidades de Cuidados Intensivos ou necessitaram de ventilação (não invasiva/convencional), refere o boletim, o primeiro a incluir estes dados.

Os dados do boletim referem também que, na semana de 03 a 09 de outubro, foram notificados pelos laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais) 347 casos de infeção respiratória e foram identificados 56 casos de gripe.

Nesta semana, foram identificados 56 casos positivos para o vírus da gripe, todos do tipo A. Em 12 dos casos foi identificado o subtipo A(H3) e em 2 o subtipo A(H1).

Foram ainda identificados outros agentes respiratórios em 205 casos e reportado um caso de gripe pelas 22 Unidades de Cuidados Intensivos que enviaram informação, tratando-se de um doente com 59 anos, com doença crónica que não estava vacinado contra a gripe sazonal.

A Rede de Vigilância de Vírus Sincicial Respiratório (VigiRSV), constituída em 2021, integra 19 hospitais públicos e um hospital privado, distribuídos por todas as regiões de saúde de Portugal Continental e Região Autónoma da Madeira, que reportam semanalmente casos de infeção respiratória aguda em crianças internadas com menos de 24 meses.

Adicionalmente, são enviadas para o Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios amostras biológicas referentes aos casos positivo de vírus sincicial respiratório (VSR) para posterior caracterização genética, refere o INSA.

Desde a sua criação, a rede VigiRSV já permitiu a identificação de dois períodos de atividade anómala de vírus sincicial respiratório em Portugal, tendo a informação daí resultante servido de suporte à decisão do período de administração de profilaxia contra esta doença em crianças de alto risco.

A vigilância da gripe e de outros vírus respiratórios é feita durante todo o ano, sendo o boletim de vigilância publicado semanalmente entre outubro e maio, por ser a época de habitual circulação destes agentes.

Durante os meses de verão é feita a publicação de boletins intercalares, ou seja, entre os períodos formais de vigilância, se houver alguma alteração da situação epidemiológica.

Coordenado pelo INSA, o Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG) tem como principais objetivos identificar os vírus da gripe e outros vírus respiratórios em circulação no território nacional, assim como monitorizar a evolução da atividade epidémica da gripe e caracterizar genética e antigenicamente os vírus da gripe.

As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infecciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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